Bitcoin em espera

Bitcoin recua e mercado aguarda dados cruciais dos EUA

Bitcoin sofre queda de 6% na semana, influenciado por fatores globais. O relatório Payroll dos EUA poderá ditar o futuro da criptomoeda?

Conteúdo oferecido por

Bitcoin recua e mercado aguarda dados cruciais dos EUA

O universo das criptomoedas testemunha mais um capítulo de volatilidade, com o Bitcoin (BTC) caminhando para encerrar a semana com uma desvalorização considerável. Nesta sexta-feira (7), não apenas o Bitcoin, mas também as principais moedas digitais do mercado, operam em território negativo, refletindo um cenário de incertezas e expectativas.

A recente retração no valor do Bitcoin é atribuída a uma combinação de fatores. O lançamento do DeepSeek no setor de tecnologia e os resultados financeiros das grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos (as “big techs”) injetaram cautela nos investidores, diminuindo o apetite por risco. Essa conjunção de eventos limitou o ímpeto de alta que o mercado vinha demonstrando.

Rafael Bonventi, analista da Bitget, destaca um ponto crítico: o novo nível de suporte de preços do Bitcoin, situado em US$ 91.270. “A perda desse patamar pode desencadear uma correção mais acentuada, com potencial para testar valores entre US$ 85 mil e US$ 80 mil”, adverte Bonventi. Essa perspectiva adiciona uma camada extra de apreensão ao mercado, já naturalmente volátil.

Apesar do cenário desafiador, a estrutura fundamental do mercado de criptomoedas, conhecida como “bullish” (tendência de alta), permanece intacta no curto prazo. No entanto, a concretização dessa tendência depende do surgimento de novos catalisadores – eventos ou notícias que impulsionem o otimismo e a confiança dos investidores.

O Payroll: Um Divisor de Águas para o Bitcoin?

Um dos eventos mais aguardados pelos investidores de criptomoedas é a divulgação do payroll, o relatório oficial de emprego dos Estados Unidos. Este indicador, considerado o mais relevante do mercado de trabalho americano, tem o poder de influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, em relação à política de juros do país.

Uma diminuição no número de empregos reportada pelo payroll pode ser interpretada pelo Fed como um sinal de arrefecimento da economia. Essa interpretação, por sua vez, poderia levar o Fed a considerar um alívio na taxa de juros, tornando os investimentos em ativos de risco, como as criptomoedas, mais atraentes.

A cotação do Bitcoin nesta sexta-feira reflete a ansiedade dos investidores em decifrar os rumos da economia global. Por volta das 8h40 (horário de Brasília), a principal criptomoeda do mundo registrava uma queda de 1,08%, sendo negociada a US$ 97,6 mil, distanciando-se da almejada marca de US$ 100 mil.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que, além das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, os investidores de criptomoedas estão atentos aos dados de emprego americanos. A postura do presidente do Fed, Jerome Powell, que em janeiro indicou que não seria necessário esperar por um enfraquecimento do mercado de trabalho para atingir a meta de inflação, adiciona complexidade à análise.

“A relação entre emprego e inflação não é linear. O aumento nos pedidos de seguro-desemprego pode favorecer quem espera um corte de juros, mas o payroll será determinante para moldar as projeções”, explica Fernandes.

A ausência de notícias específicas sobre o mercado de criptomoedas, somada a essa indefinição, resulta em uma diminuição da demanda por ativos digitais.

Fernandes cita como exemplo os ETFs (fundos de índice) de Bitcoin, que registraram um fluxo positivo na véspera, porém em um volume significativamente menor do que o usual (cerca de US$ 60 milhões). No acumulado do ano, o Bitcoin ainda apresenta uma valorização de 4,51%, demonstrando a resiliência do ativo, mas também a volatilidade inerente ao mercado.

Fernando Américo
Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvol
Sair da versão mobile