Pirataria Global

Brasil é o maior mercado de produtos falsificados na América Latina, diz órgão dos EUA

A Rua 25 de Março, em São Paulo, é destacada em relatório global de pirataria como um dos maiores mercados de produtos falsificados da América Latina

Brasil é o maior mercado de produtos falsificados na América Latina, diz órgão dos EUA

A Rua 25 de Março, um dos principais centros de comércio popular em São Paulo, foi destacada em um relatório do Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR) sobre os maiores mercados de pirataria e produtos falsificados ao redor do mundo. O documento, divulgado nesta quarta-feira (8), lista 38 sites e 33 mercados físicos que facilitam a falsificação de marcas registradas e a pirataria de direitos autorais. Entre as regiões mencionadas, a 25 de Março figura como um dos maiores mercados de atacado e varejo de produtos falsificados no Brasil e na América Latina.

A região, que inclui o Centro Histórico, Santa Ifigênia e Brás, abrange locais como o Shopping 25 de Março, a Galeria Page Centro, a Galeria Santa Ifigênia, o Shopping Tupan, o Shopping Korai e as Feiras da Madrugada.

“Os mercados da Rua 25 de Março continuam notórios por venderem produtos falsificados e pirateados, além de abrigarem depósitos com esses produtos”.

afirma o relatório.

Números e indicadores da pirataria

Segundo o USTR, mais de mil lojas na Rua 25 de Março são envolvidas no comércio de produtos falsificados, abrangendo uma vasta gama de itens como eletrônicos, roupas, calçados, óculos, perfumes, acessórios de moda, brinquedos e até consoles de videogame carregados com cópias de jogos. Essas mercadorias, muitas vezes de marcas conhecidas, chegam a ser distribuídas para outras partes do Brasil, ampliando ainda mais o alcance da pirataria na região.

A China segue como o maior fornecedor de produtos falsificados, mas o relatório destaca a persistência de problemas em locais como a Rua 25 de Março, onde, apesar de ações de fiscalização, o comércio de produtos ilegais segue em operação. A estimativa global de prejuízos causados pela pirataria é bilionária, impactando diversos setores, especialmente os de moda, tecnologia e saúde.

Medidas contra a pirataria

O relatório também reforça que a pirataria continua a ser um desafio significativo, apesar dos esforços para coibir esse comércio. Em setembro, o Brasil realizou uma operação antipirataria com foco em sites e aplicativos de streaming de música. A operação resultou na prisão de suspeitos e na apreensão de materiais relacionados à pirataria digital. Contudo, a atuação de mercados como o da Rua 25 de Março evidencia a necessidade de uma abordagem mais incisiva.

De acordo com o USTR, a pirataria não afeta apenas as empresas, mas também os consumidores, que muitas vezes compram produtos de baixa qualidade e sem garantias. “Os consumidores não estão cientes de que estão comprando produtos falsificados e acabam sendo vítimas de um mercado ilegal”, ressalta o relatório.

A principal recomendação do relatório é que tanto o setor privado quanto os governos tomem medidas mais agressivas para combater a pirataria e a falsificação.

“É fundamental que as empresas continuem trabalhando com as autoridades para identificar e remover mercados ilegais. O setor público deve agir rapidamente, adotando políticas rigorosas e fiscalização contínua”.

afirma a diretora do USTR, responsável pela análise do relatório.
Sair da versão mobile