- Governo aposta em modelos de IA próprios, inspirado no sucesso da DeepSeek
- R$ 23 bilhões serão investidos de 2024 a 2028 para impulsionar a tecnologia no país
- Brasil usa energia limpa e água como recursos estratégicos para desenvolver IA competitiva globalmente
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, afirmou em entrevista à CNN que o Brasil está se preparando para disputar o avanço tecnológico em inteligência artificial (IA) no mesmo nível de gigantes globais.
Para isso, o governo brasileiro vai se inspirar no trabalho da DeepSeek, startup chinesa que tem sido destaque pela criação de modelos de IA altamente competitivos com recursos limitados. Mas, com a proposta de construir modelos próprios e adaptados às necessidades locais.
Repercussão DeepSeek
A DeepSeek, que tem gerado grande repercussão pelo seu desempenho avançado em IA. E, assim, é considerada um exemplo a ser seguido por países emergentes, incluindo o Brasil.
Santos disse que, embora o país pretenda desenvolver suas próprias soluções, o Brasil precisará “beber da fonte” das tecnologias mais avançadas, como as criadas pela DeepSeek. Dessa forma, para “acelerar o processo” de inovação.
Para ela, a agilidade no desenvolvimento e a adaptação de tecnologias estrangeiras são essenciais para garantir que o Brasil não perca o ritmo na corrida pela IA global.
A ministra também destacou um ponto crucial da estratégia brasileira: a crença de que é possível competir com países como os Estados Unidos e a China. No entanto, mesmo com um volume de investimentos menor.
A DeepSeek provou que, com recursos limitados, é possível alcançar um nível de desenvolvimento tecnológico que rivaliza com as maiores empresas do setor. Isso, segundo Santos, reforça a viabilidade do plano do governo brasileiro. Contudo, que visa estreitar a distância e se destacar no mercado global de IA.
Capacidade suficiente?
Em sua avaliação, o Brasil já possui capacidades instaladas suficientes e, com os incentivos corretos, pode avançar significativamente. O país tem vantagens comparativas, como a abundância de energia limpa e recursos hídricos, que são essenciais para o processamento de dados em larga escala. Assim, uma das bases da inteligência artificial.
Santos enfatizou que a integração dessas vantagens, aliada a políticas públicas bem estruturadas, permitirá ao Brasil competir de maneira eficaz no setor de IA.
Além disso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresentou no ano passado um ambicioso plano de investimentos para a área de IA. Entre 2024 e 2028, o governo pretende destinar R$ 23 bilhões, com a maior parte desse valor (R$ 14 bilhões) voltada para inovação empresarial. E, ainda, os R$ 5 bilhões direcionados à infraestrutura e ao desenvolvimento da IA em si.
A ministra afirmou que o Brasil quer aproximar-se do nível de investimentos da União Europeia, que já tem se destacado no setor. Embora ainda esteja atrás dos Estados Unidos e da China em termos de volume de recursos.
A estratégia inclui uma ênfase especial no desenvolvimento de capacidades próprias em IA, com o objetivo de tornar o Brasil uma referência no setor. Para isso, o MCTI planeja colaborar com empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa, criando um ecossistema de inovação no qual o Brasil possa avançar de maneira autossustentável e competitiva.
Corrida tecnológica
Luciana Santos concluiu dizendo que o Brasil não precisa estar “atrás” na corrida tecnológica, pois o país tem o potencial de liderar em algumas áreas-chave da IA, e que a integração de recursos naturais, políticas públicas eficazes e a colaboração entre governo, setor privado e academia são essenciais para alcançar essa meta.
Em resumo, o Brasil está se posicionando para enfrentar os maiores desafios tecnológicos da atualidade e almeja se tornar um player relevante no campo da inteligência artificial, competindo com as maiores potências globais.
A estratégia está em andamento e busca, por meio de investimentos e inovações locais, consolidar o país como líder emergente no setor.