Amor e finanças

Brigas por dinheiro? Mais da metade dos casais sofre com o tema — Mas dividir as contas pode salvar o relacionamento e o bolso

Casais que compartilham despesas economizam mais e brigam menos; especialistas recomendam diálogo e planejamento para evitar crises.

Crédito: Depositphotos
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  • Casais que dividem despesas fixas economizam, em média, R$ 1.092 por mês, segundo a Rico.
  • A Serasa aponta que 53% das brigas entre casais são causadas por dinheiro e 49% já esconderam problemas financeiros.
  • Transparência, planejamento e confiança são pilares fundamentais para unir amor e estabilidade financeira.

Neste Dia dos Namorados, o amor vem acompanhado de uma dica prática: falar sobre dinheiro pode salvar o relacionamento — e o orçamento. Nesse sentido, estudos da Rico e da Serasa mostram que casais que dividem despesas e planejam juntos conseguem economizar mais de R$ 1 mil por mês e ainda têm menos conflitos no dia a dia.

Economia com parceria

Em tempos de inflação e custo de vida elevado, viver a dois pode ser também uma estratégia financeira. De acordo com uma pesquisa realizada pela plataforma de investimentos Rico, casais que dividem despesas fixas como aluguel, condomínio e alimentação conseguem economizar, em média, R$ 1.092 por mês — o que representa R$ 13.104 ao longo de um ano.

O levantamento destaca que essa economia se torna ainda mais eficaz quando há divisão proporcional, respeitando o rendimento de cada um. Para Thaisa Durso, educadora financeira da Rico, esse é o modelo mais justo:

“Se um parceiro ganha R$ 6 mil e o outro, R$ 4 mil, a divisão de uma despesa de R$ 2 mil pode seguir a proporção de 60% e 40%, mantendo o esforço financeiro equilibrado.”

Além disso, casais que adotam contas conjuntas tendem a vivenciar maior harmonia nos primeiros anos da relação. Desse modo, a transparência na administração dos gastos e o planejamento conjunto reduzem discussões e incentivam o diálogo aberto sobre hábitos de consumo.

O outro lado do amor

No entanto, nem tudo são flores. A Serasa revelou, em outra pesquisa, que o dinheiro ainda é o principal motivo de brigas para 53% dos casais brasileiros. Decisões impulsivas, falta de planejamento e gastos excessivos com itens supérfluos estão entre os maiores causadores de conflitos.

Além disso, embora 65% dos entrevistados afirmem falar abertamente sobre finanças e 58% planejem juntos, o estudo mostra que 49% já esconderam problemas financeiros do parceiro. Logo, esse comportamento, chamado de infidelidade financeira, é mais comum do que parece.

Infidelidade financeira tem sido dor de cabeça entre casais. Crédito: Depositphotos.

Nesse sentido, a psicóloga Valéria Meirelles, especialista em finanças comportamentais da Serasa, alerta: “Muitos têm vergonha de assumir dificuldades ou medo de perder o parceiro. Mas esconder problemas só atrasa a solução e compromete a confiança.” Desse modo, ela ressalta a importância de alinhar expectativas e estilo de vida como parte do compromisso afetivo.

Confiança, planejamento e CPF

A falta de transparência pode ter consequências sérias. Quatro em cada dez brasileiros já tiveram o nome sujo por conta de dívidas contraídas em relacionamentos, e 45% herdaram dívidas do ex-companheiro após o término.

Diante disso, não surpreende que 24% dos entrevistados confessem investigar a vida financeira do parceiro antes de se envolver seriamente. E mais: 10% admitem ter consultado o Score e o CPF da pessoa amada.

A especialista da Serasa reforça que, apesar de parecer invasivo, esse comportamento reflete uma tentativa de se proteger.

“Dinheiro é coisa séria e precisa ser tratado com ética e responsabilidade. Conhecer os hábitos e objetivos financeiros do outro é tão importante quanto conhecer seus gostos ou hobbies”, afirma Valéria.

Investir juntos também é uma opção

Para além da divisão de contas, o investimento conjunto também pode fortalecer a relação — e a carteira. A Rico aponta que, mesmo com contas de investimento individuais, casais podem montar uma estratégia conjunta, combinando perfis de risco e objetivos.

Sendo assim, um dos parceiros pode apostar em ações, enquanto o outro investe em fundos imobiliários, por exemplo. Com diálogo e confiança, o planejamento a dois pode se tornar um diferencial financeiro e emocional.

Além disso, investir juntos estimula o comprometimento com metas comuns, como a compra de um imóvel, a realização de uma viagem ou até mesmo a aposentadoria. Portanto, quando os dois enxergam o dinheiro como um meio para construir sonhos coletivos, o vínculo se fortalece e a vida financeira ganha propósito.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.