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China lidera importações no primeiro semestre

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

O primeiro semestre de 2022 foi marcado por diversos fatos que movimentaram diretamente a economia global. Em 24 de fevereiro, tropas russas invadiram a Ucrânia, iniciando conflitos que duram até os dias atuais. Aliado ao acontecimento, financeiramente, o mundo prepara uma possível recessão econômica global que pode atingir fortemente diversos setores da economia.

Diante deste cenário, o Grupo Descartes Systems (Nasdaq: DSGX), líder Global na União de Negócios e Comércio, Fornecendo Soluções de Logística e Supply Chain Baseadas em Nuvem, preparou um material que apresenta o ritmo das importações nos primeiros seis meses de 2022.

As informações são da solução Descartes DatamyneTM – provedor da maior base de dados de trade pesquisável do mundo, cobrindo o comércio global de 230 mercados em cinco continentes. Além disso, o levantamento contempla o ranking dos países de origem que exportaram para o Brasil durante o primeiro semestre.

O estudo aponta a China como líder nas importações no país, totalizando US$ 27,9 bilhões FOB (tradução do termo em inglês Free on board, ou seja, a responsabilidade pelo transporte do produto é do cliente). Em segundo lugar, estão os Estados Unidos, com o montante aproximado de US$ 25 bilhões FOB.

Analisando a lista dos países que mais exportam para o Brasil não se verificou grande mudança frente ao último ano. China, Estados Unidos, Argentina e Alemanha encabeçam a lista, apenas com a troca de posições entre as duas últimas no período anterior. Os 4 parceiros comerciais do país (juntos) representam mais de 50% do valor (US$ FOB) importado pelo país durante o primeiro semestre. Entretanto, a entrada da Rússia como um dos 5 maiores exportadores para o país chama a atenção.

(Vide Gráficos abaixo)

Fonte: Descartes Datamyne

Um dos principais motivos pela entrada no ranking se justifica pela compra de fertilizantes químicos e adubos pelo Brasil que possuem como maior vendedor o país soviético.

“Nós verificamos que a Rússia exportou para o Brasil produtos que equivalem ao valor de US$ 2 bilhões FOB em 2021. Já durante o primeiro semestre deste ano, o montante dobrou e atingiu a marca de US$ 4 bilhões FOB. Porém, vale ressaltar que em volume (kg) o montante caiu em média quase 8% frente ao período anterior. E, os principais produtos exportados foram defensivos agrícolas e potássio”, aponta Helen Abdu, especialista em marketing intelligence da Descartes.

A partir do momento que analisamos sob a ótica do valor importado em US$ FOB, o estudo revela que de janeiro a junho deste ano, a quantia total de importação foi similar ao mesmo período do ano passado, ou seja, de cerca de 85,1 milhões de toneladas, frente às 85 toneladas. Já em valor, a quantia ficou maior, pois neste ano o país totalizou o valor de US$ 129,8 bilhões FOB, frente US$ 99,1 bilhões FOB no ano anterior. “O comparativo de volume se mantém praticamente no patamar do ano passado. Mas em cifras, o investimento foi 30% maior quando comparado ao período analisado, por parte justificado pela alta das cotações internacionais.

(Vide Gráfico abaixo)

Fonte: Descartes Datamyne

Além disso, vale destacar que majoritariamente, o país continua importando produtos relacionados à indústria de transformação (transformar matéria-prima em um bem), porém o segmento extrativo (petróleo bruto, gás natural e carvão) começa a ganhar uma notoriedade cada vez maior”, aponta Abdu.

O panorama para o segundo semestre levará em consideração diversos fatores econômicos e políticos. Além disso, possíveis sanções comerciais e inclusão de países ou regiões em partes negadas (restritas, bloqueadas e excluídas), devem ditar o rumo para o mercado de logística e supply chain. De acordo com a especialista, alguns motivos como variação cambial, escassez, guerra entre Rússia e Ucrânia, podem nortear a economia durante o próximo período, mas outro cenário deveria ser apontado como crucial para os próximos meses. “Nós visualizamos uma perspectiva desafiadora para o segundo semestre, iniciando, por exemplo, com as rotas entre China e Taiwan. Em um futuro breve, caso aconteça mais alguma ação bélica, é possível que tenhamos mais uma vez a escassez de alguns produtos, dentre eles, semicondutores. Para se ter uma ideia, somente em Hsichnu, considerada a metrópole destes dispositivos no país, existem mais de 20 fábricas responsáveis pelos componentes, sendo que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) é considerada a maior do mundo.

Por fim, imaginamos que o contexto global pode afetar diretamente o mercado com a falta de produtos e matéria-prima, ou seja, antever situações inesperadas e gerar um grau de previsibilidade nas operações será fundamental para a entrega de qualidade dos serviços prestados”, finaliza Helen Abdu da Descartes.

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