O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE caiu 2,1 pontos em julho, para 91,9 pontos, anulando os ganhos auferidos a partir de março e retornando ao patamar de fevereiro (92,0 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,9 ponto, para 92,9 pontos.
“O resultado de julho da sondagem mostra queda da confiança industrial no início do segundo semestre para um nível próximo ao do início do ano, que por sua vez é o mais baixo desde julho de 2020. A queda dos índices foi influenciada tanto pela piora da percepção quanto à situação presente dos negócios como pela redução do otimismo com relação à evolução da produção física nos próximos meses. No momento presente, os segmentos produtores de bens de consumo são os menos satisfeitos e reportam baixos níveis de demanda e acúmulo de estoques. O atual cenário macroeconômico, com taxa de juros elevadas e aumento do endividamento, reforça a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno e pouca chance de continuidade da recuperação esboçada pelo setor nos meses anteriores”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em julho, houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete piora tanto das avaliações sobre a situação atual, quanto das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) e o de Expectativas (IE) recuaram 2,9 e 1,2 pontos, para 89,5 pontos e 94,4 pontos, respectivamente.
Entre os quesitos que integram o ISA, o que mais influenciou a queda no mês foi o indicador que mede o nível de estoques ao subir 4,3 pontos para 114,5 pontos, resultado mais alto desde junho de 2020 (118,6 pontos), mês em que a economia ainda sofria com o lockdown. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Os indicadores que medem a percepção dos empresários sobre o nível atual de demanda e a situação atual dos negócios caíram 2,9 e 1,2 pontos, para 92,4 e 91,6 pontos, respectivamente.
O indicador que mede as expectativas em relação à produção física nos três meses seguintes foi o que mais contribuiu para a queda do IE, ao recuar 5,2 pontos em julho, para 93,1 pontos, pior resultado desde fevereiro de 2023 (90,5 pontos). No sentido contrário, os indicadores que medem o ímpeto de contratações nos próximos três meses e a tendência dos negócios para os próximos seis meses subiram 0,5 e 1,0 ponto, para 100,5 e 90,3 pontos, respectivamente.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria subiu 0,6 ponto percentual no mês, para 81,0%.