- O Brasil anunciou a entrada de nove países como membros parceiros, ampliando a influência global do bloco
- A criação da categoria de “países parceiros” dá aos novos integrantes poder de decisão menor nas discussões, com a palavra final ficando com os membros plenos
- Os novos membros parceiros incluem países da África, Ásia e América Latina, reforçando a representatividade do Brics no cenário internacional
O governo brasileiro anunciou, nesta sexta-feira (17), a entrada de nove países no Brics, um bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esta expansão marca o segundo ato do Brasil à frente da presidência do grupo.
E, assim, reflete um movimento significativo de ampliação da presença global do bloco, que, ao longo de sua trajetória, tem buscado consolidar-se como um contraponto às grandes potências ocidentais no cenário internacional.
BRICS
O Brics, fundado em 2009, inicialmente era composto por apenas cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde então, o bloco tem buscado integrar nações em desenvolvimento, com o objetivo de ampliar sua influência política e econômica no mundo.
Em 2023, o Brics já havia incorporado o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã. E, em 2024, anunciou a entrada da Indonésia, tornando-se agora um grupo com dez membros plenos.
A principal novidade no anúncio desta sexta-feira (24), foi a criação da categoria de “países parceiros”, uma nova abordagem para a expansão do bloco. Com a criação dessa categoria, os Brics passam a aceitar a adesão de países com um poder de decisão mais restrito nas discussões do grupo.
A decisão final, em caso de divergência, ficará sempre com os membros plenos do bloco. No entanto, os países parceiros terão a oportunidade de participar das discussões. E, dessa forma, colaborar nas iniciativas do Brics, embora sem o mesmo grau de influência dos membros plenos.
Membros parceiros
Os nove países que entraram como membros parceiros são Nigéria, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. Esses países representam uma diversidade geográfica e estratégica, incluindo nações da África, Ásia e América Latina. Assim, o que amplia a abrangência do Brics e reforça sua missão de ser uma plataforma global inclusiva, voltada para o desenvolvimento sustentável e a cooperação multilateral.
Expansão e impacto global
A ampliação do Brics foi um dos principais temas discutidos na última cúpula do bloco, realizada em outubro de 2024, na Rússia. Durante o evento, os líderes do Brics reafirmaram o compromisso de trabalhar para um mundo multipolar. Onde as decisões globais sejam mais representativas das diversas realidades regionais, especialmente das nações em desenvolvimento.
A inclusão de países como Nigéria e Indonésia, que são economias emergentes com grande potencial de crescimento, fortalece a posição do Brics como um grupo que visa promover um equilíbrio maior nas relações internacionais. A adesão de países parceiros, por sua vez, permite que o bloco amplie sua influência sem comprometer o formato de decisão que foi estabelecido para os membros plenos.
Para o Brasil, a expansão do Brics representa uma oportunidade estratégica de reforçar sua posição no cenário internacional. Especialmente em um momento de crescente competição por influência geopolítica e econômica.
A adesão de novas nações coloca o Brasil como um elo importante em um bloco que busca alternativas para questões globais. Como: as mudanças climáticas, a segurança alimentar e a econômica no geral.
A categoria de países parceiros
A criação da categoria de países parceiros reflete uma tentativa de equilibrar o crescimento do Brics sem perder a coesão entre os membros plenos.
Embora o Brasil tenha destacado a importância de uma maior representatividade global, a limitação do poder de decisão dos países parceiros visa evitar que o grupo se desestabilize com a inclusão de novos membros que possam ter visões conflitantes com os interesses dos membros plenos.
Ao contrário dos membros plenos, que têm direito a voto em todas as decisões, os países parceiros terão uma participação mais consultiva, sem o poder de decisão final. Esse novo formato, segundo analistas, pode ajudar a evitar disputas internas no grupo. E, assim, garantir que as discussões sejam mais eficazes, com a palavra final permanecendo nas mãos dos fundadores do Brics.