- O ex-deputado foi preso pela Polícia Federal em Petrópolis por descumprir regras de sua liberdade condicional, como o horário de recolhimento
- Além do horário de recolhimento, Silveira deveria usar tornozeleira eletrônica, não acessar redes sociais e não sair do país sem autorização judicial
- Em 2022, o STF condenou Daniel Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão por atentado ao Estado Democrático de Direito e coação no processo
- Após a prisão, Silveira será levado ao presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro
O ex-deputado Daniel Silveira foi preso na manhã desta terça-feira (24), em Petrópolis, município do estado do Rio de Janeiro. No entanto, por descumprir as regras da liberdade condicional a que estava submetido.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão, que reflete o desrespeito de Silveira às condições impostas pela Justiça.
Condicional
Silveira, que estava detido desde 2023, havia recebido a liberdade condicional na última sexta-feira (20), mas não respeitou um dos principais requisitos da decisão judicial: o horário de recolhimento.
De acordo com informações apuradas pelo canal GloboNews, a detenção ocorreu após o ex-deputado falhar em cumprir o limite de horário determinado para seu retorno à residência. Contudo, uma das condições da liberdade condicional.
Moraes tomou a decisão sobre a prisão de Silveira e a manteve sob sigilo, mas executou a prisão em cumprimento à violação das regras da condicional.
Além do horário de recolhimento, outras condições foram estabelecidas para a liberdade de Silveira. Ele deveria usar uma tornozeleira eletrônica, não poderia acessar redes sociais, nem conceder entrevistas.
Também havia a proibição de frequentar boates, clubes de tiro ou casas de jogos, e ele não poderia deixar o país sem autorização judicial. O descumprimento de qualquer uma dessas obrigações resultaria na revogação da sua condicional.
Condenação
A Polícia Federal levará Silveira para o presídio Bangu 8, localizado no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde ele permanecerá enquanto aguarda o desdobramento do caso.
O STF condenou o ex-deputado em 2022 a 8 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de atentado ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo.
A condenação se deu em razão de discursos proferidos por Silveira, que incitavam violência e atacavam diretamente a Justiça e ministros da Corte. Ele foi condenado após suas falas, que foram consideradas como ataques ao sistema judiciário e aos direitos fundamentais.
O caso de Daniel Silveira é emblemático, pois reflete o confronto entre o sistema político e o Judiciário. Especialmente considerando a postura do ex-deputado, que sempre se posicionou contra as decisões do STF.
Desde sua condenação, Silveira tem se envolvido em diversas polêmicas, e seu comportamento durante a liberdade condicional demonstrou a continuidade do desrespeito às normas estabelecidas pelas autoridades judiciais.
Cumprimento das normas
A prisão de Silveira em Petrópolis destaca o rigor do STF no cumprimento das normas relacionadas à liberdade condicional. Dessa forma, mostrando que a Justiça tem seguido com firmeza no processo de responsabilização de indivíduos condenados por atentarem contra a democracia e a ordem pública.
Ao mesmo tempo, a detenção de Silveira reabre discussões sobre a relação entre as decisões do Judiciário e os atores políticos que se opõem às suas determinações.
A postura do ex-deputado em desrespeitar as regras de sua liberdade condicional sublinha as tensões políticas que envolvem os casos no STF. Além de trazer à tona a discussão sobre os limites da liberdade de expressão e a proteção do Estado Democrático de Direito.
O desfecho de Silveira serve também como um exemplo de que, no sistema judicial brasileiro, a violação de condições impostas pela Justiça pode levar a consequências graves. Incluindo o retorno à prisão, mesmo após a concessão de benefícios como a liberdade condicional.