A Petrobras disse em comunicado que são inverídicas as informações de que a companhia estaria prestes a fechar a venda com a empresa Yara Fertilizantes, conforme informado pela Reuters na sexta-feira (9).
“Conforme comunicado ao mercado em 29/08/2022, o projeto encontra-se na fase vinculante, não tendo alcançado ainda o estágio de recebimento de propostas. A companhia manterá o mercado informado a respeito de eventuais informações relevantes sobre o assunto”, destacou.
A estatal ainda encerrou o procedimento de bookbuilding da 1ª emissão de notas comerciais escriturais, sem garantia real e fidejussória, em até duas séries, objeto de distribuição pública, com esforços restritos de distribuição, resultando em um valor total de R$ 3 bilhões.
Petrobras e Prio não chegam em acordo
Não deu negócio. Petrobras e PRIO (Ex-PetroRio) vieram ao mercado comunicar seus investidores que a Petrobras cancelou a venda do campo de Albacora — uma transação que seria transformacional para a companhia adicionando mais de 75 mil barris/dia de produção (depois do desenvolvimento do campo).
O motivo do cancelamento? As duas empresas não conseguiram chegar num acordo em relação ao valuation do campo.
Primeiramente, a Prio havia feito uma oferta de US$ 2,5 bilhões pelo campo, com alguns kickers referentes ao preço do brent (se o preço ficasse acima de US$ 70 por alguns anos, o valor subia em US$ 1 bi).
Nessa oferta, a Prio estava considerando que o campo tinha uma reserva total de cerca de 600 milhões de barris. A Petrobras questionou esse número, afirmando que as reservas seriam, na realidade, de 1 bilhão de barris — em grande parte por conta do reservatório de Forno, que a estatal dizia ter uma reserva bem superior à calculada pela Prio.
A Petrobras exigiu um pagamento ‘upfront’ por todas essas reservas a mais. A Prio cedeu em partes, aumentando o valor fixo da oferta para US$ 2,7 bilhões e oferecendo pagar um earnout para a Petrobras se as reservas se comprovassem superiores ao que ela estimava. A Petrobras insistiu no pagamento fixo e a transação caiu por terra.
“Minha leitura é que os caras estão querendo voltar a fazer a Petrobras grande,” disse uma fonte. “Mas não sei como eles [a Petrobras] vão fazer para essa conta fechar.
Eles teriam que investir uns R$ 5 bi só na modernização e desenvolvimento do campo, e eles tem falado ainda em colocar um novo FPSO lá.”
A Prio disse que apesar do potencial do campo, “uma transação com valores acima do que já havia sido oferecido não geraria taxas de retorno e um perfil de risco apropriados para o projeto.” Segundo fontes próximas à empresa, a Prio busca uma TIR em seus investimentos que fique acima de 20% ao ano — o mesmo nível que ela calculou de retorno no investimento de Albacora Leste, fechado em abril.
Nesse caso, a companhia topou pagar US$ 2,2 bilhões pelo campo, que deve produzir 50 mil barris/dia depois do ramp-up. Segundo a empresa, o cancelamento de Albacora não afeta a compra de Albacora Leste, que está agora em análise pela ANP.
Ainda que o cancelamento seja negativo para o plano de expansão da Prio, o Itaú BBA disse que “os investidores já estavam atribuindo uma alta probabilidade de um desfecho mal sucedido para a transação por conta da demora nas negociações.”
O Bradesco também notou que a transação ia exigir uma grande emissão de dívida ou até um follow-on, o que “seria desafiador no atual cenário de alta das taxas de juros.”