Uma recente pesquisa da Robert Half mostrou que 49% dos brasileiros pretendem trocar de emprego em 2023. Entre as motivações desses trabalhadores estão: melhores oportunidades de crescimento (72%), salário mais alto (53%), novos desafios (48%), benefícios mais atrativos (35%) e trabalho remoto ou híbrido (33%).
Para o professor dos cursos de pós-graduação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Paulo Henrique Falco Ortiz, existe um movimento para vivermos com mais qualidade de vida, e isso reflete, também, nas organizações e seus colaboradores, que entre seus desejos de trabalho perfeito estão o reconhecimento e clima organizacional saudável e positivo. O que desencadeia esse ambiente conflituoso está ligado, principalmente, a um clima nocivo, onde os valores não estão alinhados e os objetivos não convergem.
“Para reter talentos, é importante que a organização, acima de tudo, tenha uma cultura de valorização do capital humano, que isso ocorra naturalmente, sem programas prontos, de prateleira, que sejam ações customizadas para o seu colaborador, entendendo seus valores, objetivos e, principalmente, seu perfil profissional. Devemos levar em conta, ainda, que o desafio também motiva os profissionais, junto a recompensa, que nem sempre é financeira”, opina o professor universitário.
Para o docente, um dos pontos de destaque que as empresas devem considerar na relação com seus colaboradores é, sem dúvida, a possibilidade de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, oferecendo horários flexíveis, trabalho remoto, folgas e um ambiente onde a cultura de valorização e respeito da diversidade seja a base das relações.
“A sociedade passa por um momento delicado de reorganização dos formatos de trabalho, devendo rever melhor a forma de gerir seus profissionais, sempre fomentando a valorização das pessoas, incentivando o seu desenvolvimento e ações que promovam a qualidade de vida”, recomenda.
O especialista: Paulo Henrique Falco Ortiz é professor de Pós-Graduação e EaD da Fundação Álvares Penteado (FECAP). Administrador, Pós-graduado em Gestão de Negócios, Mestre em Administração de Organizações, é coautor dos livros “O Jeito Brasileiro de Administrar & A Globalização” (2013); “Manual Orientativo para Gerenciamento de Riscos ambientais nas Empresas e Gestão do FAP — Fator Acidentário de Prevenção” (2015) e “Administração: Avanços e Desafios” (2015). Sócio-diretor do Instituto de Livre Formação Empresarial — ILife, empresa de consultoria em Gestão Empresarial, atuando nas áreas de Estratégia Empresarial, Gestão de Pessoas e Novos Negócios com mais de 10 anos no mercado.