O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE cedeu 0,2 ponto em outubro, para 90,8 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (89,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,3 ponto, para 91,1 pontos, acumulando seu quinto resultado negativo.
“A confiança da indústria desacelerou pelo quinto mês consecutivo. O resultado reflete uma percepção de melhora da situação atual, mas um aumento do pessimismo em relação aos próximos meses. A maioria dos segmentos reduz sua projeção de produção, dado o nível elevado dos estoques e o fraco nível de demanda. Apesar da melhora do cenário macroeconômico, as taxas de juros e o endividamento ainda se mantém em patamares elevados, fatores que dificultam o reaquecimento da demanda. O efeito do início do ciclo de quedas na taxa de juros e das medidas governamentais com o intuito de reduzir o endividamento ainda não surtiram efeito na demanda por bens industriais e isso tem limitado a recuperação da confiança do setor.” comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em setembro, houve queda da confiança em 10 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete melhores avaliações sobre a situação atual, apesar de piora nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) subiu 1,2 ponto, para 90,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,6 ponto para 90,8 pontos, pior resultado desde julho de 2020 (90,5 pontos), período de lockdown.
Entre os quesitos que integram o ISA, o que mais influenciou a alta no mês foi o que mede o nível de estoques , ao subir 1,3 ponto para 112,3 pontos. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Em menor magnitude, tanto a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios e como o indicador que mede o nível atual de demanda subiram 0,3 ponto, para 94,0 e 91,9 pontos, respectivamente.
Com relação as expectativas, houve piora das perspectivas sobre à produção e nas contratações para os próximos três meses. O indicador que mede o ímpeto sobre as contratações recuou 2,7 pontos, para 94,3 pontos, menor patamar desde julho de 2020 (93,0 pontos) e o que mede a produção prevista caiu 1,9 ponto para 90,1 pontos, menor nível desde abril de 2021 (86,6 pontos). No sentido contrário, a tendência dos negócios para os próximos seis meses acomodou 0,2 ponto, para 88,6 pontos, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) recuou 0,9 ponto percentual no mês, para 80,8%.
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