O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, explica que o desenvolvimento das PMEs em agosto de 2024 foi heterogêneo, com destaque para o Comércio, que liderou a expansão (+8,4%), após já ter avançado 19% no mês anterior.
“Persistem sinais positivos na economia do país, como a solidez do mercado de trabalho e o aumento do rendimento médio real das famílias, que têm mantido o consumo em níveis elevados, impulsionando o desempenho das PMEs desse setor”, comenta.
Além disso, o número é explicado pela fraca base de comparação do segundo semestre de 2023 (-11,2%). A evolução tem sido observada tanto no atacado (+22%), quanto no varejo (+7%), o que reforça a virada positiva do setor nos últimos meses e aumenta as expectativas para a Black Friday, importante data sazonal para as vendas no segundo semestre.
Já as PMEs industriais, tiveram queda de 3% em agosto. “É importante ressaltar que o movimento pode ser um ponto isolado, uma vez que a base de comparação do setor é consideravelmente alta. No mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 25,6%”, pondera Beraldi. De toda forma, em agosto, houve desempenho positivo das atividades de ‘Impressão e reprodução de gravações’, ‘Fabricação de móveis’ e ‘Fabricação de máquinas e aparelhos elétricos’ – que restringiram quedas mais abruptas no segmento.
No setor de Serviços, as PMEs também registraram uma leve retração, -1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, após um desempenho robusto em julho (+6,2%). Durante esse período, o desempenho do setor foi desigual entre as diferentes categorias, com evolução sobretudo nas ‘Atividades Administrativas’ e ‘Atividades de Entrega’.
Por fim, as PMEs do setor de Infraestrutura mantiveram a movimentação financeira real estável (+8,6%), após terem avançado no mês anterior com destaque para o segmento de ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’.
Apesar do resultado mais contido no mês, segundo o economista, ainda é cedo para apontar uma possível virada de tendência da atividade econômica das PMEs brasileiras. “É fato que o mercado espera alguma desaceleração da economia na segunda metade do ano. Mas, o desempenho forte da economia doméstica registrada no segundo trimestre (crescimento de 3,3% na comparação anual) e a manutenção do mercado de trabalho aquecido são importantes sinais de que as PMEs podem manter ascensão robusta no curto prazo”, prevê.