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Fim do DOC: "tecnologia impulsiona decisão de bancos", diz especialista

Nas últimas semanas, diversas instituições financeiras brasileiras anunciaram o encerramento de seus serviços de transferências via Documento de Ordem de Crédito (DOC) para pessoas físicas e jurídicas. Com a decisão, os bancos se antecipam ao prazo final (29 de fevereiro de 2024), tendo como base para a nova diretriz um ambiente cada vez mais tecnológico e rápido.

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Nas últimas semanas, diversas instituições financeiras brasileiras anunciaram o encerramento de seus serviços de transferências via Documento de Ordem de Crédito (DOC) para pessoas físicas e jurídicas. Com a decisão, os bancos se antecipam ao prazo final (29 de fevereiro de 2024), tendo como base para a nova diretriz um ambiente cada vez mais tecnológico e rápido. De acordo com o especialista em finanças digitais, Luiz Maluf, da dataRain, a notícia é reflexo direto do crescente sucesso e aceitação do Sistema de Pagamentos Instantâneos (PIX), atualmente considerado o segundo mais utilizado do planeta, já responsável por 15% das operações em todo o mundo.

Segundo Maluf, a ascensão do PIX está catalisando o fenômeno da “desbancarização”, que consiste na diminuição das idas às agências bancárias em prol da adoção de transações online autônomas e mais ágeis. “Com a comodidade oferecida pelas operações virtuais e a expansão do PIX, a necessidade de acessos físicos às instituições bancárias é cada vez menor. As visitas às agências passam a ser reservadas, de maneira gradual, para situações específicas, como questões relacionadas a financiamentos, operações complexas, câmbio, ou resgate de duplicatas”. 

De acordo com o executivo, isso cria um desafio instigante para o tradicional setor financeiro, que agora tem a oportunidade de fornecer serviços mais ágeis e eficientes. “Os benefícios são notáveis. Os bancos podem inclusive reduzir custos operacionais e melhorar em agilidade e previsibilidade, o que, por sua vez, proporciona uma experiência mais satisfatória aos clientes”, ressalta. 

A tecnologia é o centro deste movimento. Maluf observa que, mesmo com a modernização das instituições tradicionais, ainda há migração de usuários para as fintechs mais arrojadas. “Tecnologias financeiras mais avançadas, como aplicativos de pagamento, carteiras digitais e criptomoedas ainda estão ausentes na maioria dos bancos convencionais e é isto que o consumidor vem buscando atualmente”.

O executivo cita o PIX como exemplo palatável por mostrar, na prática, como transações instantâneas tecnológicas podem ser completadas em questão de milissegundos, a custos extremamente baixos ou até mesmo nenhum custo. “Esta simplicidade e capacidade de suportar transações de natureza “balcão”, como compras em supermercados, no comércio varejista e até mesmo com ambulantes, fazem dele a escolha ideal para a maioria dos consumidores. Por isso, podemos dizer que a “desbancarização” está se tornando uma realidade concreta, pois o brasileiro busca uma experiência mais conveniente e ágil”.

Futuro – A tecnologia que desempenha um papel crucial na ascensão do PIX também está presente na preparação para a chegada de moedas digitais, como o DREX. “O PIX representa um grande avanço tecnológico ao utilizar plataformas de computação em nuvem de baixa latência, tokenização e medidas de segurança robustas, que são pré-requisitos para programas piloto do Banco Central do Brasil relacionados ao DREX”, explicou.

O mercado bancário está destinado a passar por uma transformação radical com a introdução do DREX. “Novas naturezas de transações, a maioria delas tokenizadas, surgirão, enquanto os bancos corporativos se concentrarão em operações de fomento, financiamento, fundos especializados e mercado acionário”.

Segundo Maluf, as principais tendências e ferramentas tecnológicas que estarão envolvidas nessa transformação incluem nuvem computacional, blockchain, funções de tokenização, armazenamento em nuvem e governança e observabilidade de dados em tempo real.

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