Crise imobiliária à vista?

Gestor que previu a crise de 2008 faz um novo alerta sobre o mercado imobiliário americano

Michael Burry e a crise imobiliária: lições do passado e tendências para 2025

Gestor que previu a crise de 2008 faz um novo alerta sobre o mercado imobiliário americano

Michael Burry, o investidor que previu a crise financeira global de 2008, continua a ser uma figura controversa e relevante no mundo financeiro. Em uma de suas previsões mais famosas, retratada no filme The Big Short (A Grande Aposta), Burry apostou contra o mercado imobiliário dos Estados Unidos, identificando bolhas no mercado de hipotecas subprime. Seu papel foi essencial para desmascarar a fragilidade do sistema financeiro, e sua visão permanece pertinente enquanto os preços dos imóveis seguem disparados e o mercado enfrenta novos desafios.

Recentemente, Burry usou o X ex-Twitter para alertar sobre as condições do mercado imobiliário, compartilhando insights sobre a crise de acessibilidade que se desenrola nos Estados Unidos. “Isto é alarmante. O estoque de especificações do construtor de casas está atingindo níveis insanos e o pico da bolha imobiliária de 2008 não está longe”, escreveu em um tweet.

A “Spec House” e o mercado imobiliário

Entre os fatores que preocupam especialistas está o crescente número de spec houses no mercado. Esses imóveis são construídos sem um comprador específico em mente, visando apenas aproveitar a demanda existente. No entanto, essa prática, que foi amplamente explorada durante a bolha imobiliária de 2008, está se repetindo. O risco? O estoque crescente de casas sem compradores pode resultar em uma queda nos preços, especialmente em áreas superconstruídas, como Flórida e Texas, onde a oferta aumentou significativamente.

O Relatório de Nick Gerli: O impacto nas classes populares

Nick Gerli, fundador da Reventure Consulting, em sua entrevista com Adam Taggart, discute a crise de acessibilidade habitacional nos Estados Unidos, destacando os desafios que compradores enfrentam em 2025. O preço médio das casas, ajustado pela inflação, alcançou os níveis mais altos em 140 anos. A capacidade de pagamento está em declínio, com os compradores de imóveis precisando alocar quase 40% de sua renda bruta para cobrir custos como hipoteca, impostos e seguros.

A situação é ainda mais grave em estados como Flórida e Texas, que viram preços subirem até 60% entre 2019 e 2024. Contudo, em 2025, o cenário está mudando: o aumento do estoque triplicou nesses estados, levando a uma queda nos preços de até 20% em algumas áreas metropolitanas, como Austin.

Os Números do Mercado Imobiliário em 2024

Aumento do estoque é uma das principais tendências atuais. O número de imóveis à venda nos Estados Unidos cresceu 26% em relação ao ano anterior, retornando aos níveis pré-pandêmicos em muitas regiões. Em estados como Flórida, as listagens passaram de 49.000 para 152.000, enquanto no Texas, o aumento foi de 46.000 para 115.000.

Esses números indicam que o mercado está saturado, especialmente em áreas que experimentaram aumentos de preços durante a pandemia. A pressão sobre os construtores também é crescente, com estoques de casas não vendidas atingindo o segundo maior nível desde 1972. Para estimular as vendas, muitos estão oferecendo incentivos, como taxas de hipoteca reduzidas e assistência com custos de fechamento.

Projeções para 2025: expectativa de correções nos preços

Os analistas preveem um crescimento modesto de 0,9% nos preços nacionais dos imóveis em 2025. No entanto, algumas áreas com excesso de oferta, como Texas e Flórida, poderão experimentar quedas mais acentuadas. A Reventure Consulting prevê que essas regiões vejam correções significativas nos preços, com o estoque e a pressão sobre os preços afetando ainda mais a acessibilidade.

A Influência da demografia e tendências regionais

A migração doméstica, que foi uma tendência forte durante a pandemia, agora está diminuindo. A migração líquida da Flórida caiu de 315.000 em 2022 para apenas 64.000 em 2024. No Texas, a redução foi de 222.000 para 85.000. A mudança demográfica está impactando a demanda por moradia, o que pode afetar a estabilização do mercado em áreas com excesso de oferta.

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