Mudanças internas

Gleisi Hoffmann assume Governo Lula na reforma ministerial

Presidente do PT será nomeada para a Secretaria-Geral da Presidência, enquanto o partido passa por mudanças internas e ajustes políticos para 2026.

Gleisi - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Gleisi - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
  • A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, assumirá a Secretaria-Geral da Presidência, como parte da reforma ministerial do governo Lula, que ocorrerá até março
  • Com a saída de Gleisi, o PT terá um presidente interino até julho, com José Guimarães e Humberto Costa cotados para assumir a função
  • A reforma ministerial busca reforçar alianças com movimentos sociais e partidos do centro, além de preparar o PT para os desafios eleitorais de 2026

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, está prestes a integrar o primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A sua entrada no governo ocorrerá no contexto da reforma ministerial que o presidente planeja até março.

Segundo o jornal O Estadão, a pasta escolhida para Gleisi será a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente ocupada por Márcio Macêdo. A mudança na composição ministerial está alinhada com a necessidade de reforçar a interlocução do Planalto com movimentos sociais. Especialmente, após a queda na popularidade do presidente, conforme apontado por pesquisa divulgada recentemente.

Reformulação no PT e novo comando

A entrada de Gleisi Hoffmann no governo requer ajustes internos dentro do PT, que precisará de um presidente interino até as eleições internas da sigla, previstas para julho.

O nome mais cotado para assumir a função interina é o de José Guimarães, atual líder do governo na Câmara dos Deputados, ou o senador Humberto Costa, de Pernambuco, que deve assumir a segunda vice-presidência do Senado. A escolha de quem ficará à frente do PT interinamente dependerá da aprovação de Lula.

Essa transição não se limita apenas ao comando do PT. A escolha de Gleisi para a Secretaria-Geral da Presidência reflete uma estratégia do Planalto para estreitar a relação com os movimentos sociais. Em especial, com a base tradicional do PT, que inclui eleitores de baixa renda e do Nordeste.

O governo de Lula tem enfrentado desafios para manter o apoio popular, e a nomeação de Gleisi seria uma tentativa de consolidar alianças. Além de dar novo fôlego ao governo, diante da queda de sua popularidade.

Além disso, a transição no PT abre caminho para que o ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro Edinho Silva assuma a presidência da sigla após as eleições internas. A movimentação de Lula é estratégica, pois visa aproximar o partido do centro político.

Ainda, com potencial de fortalecer a posição de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e consolidá-lo como sucessor político para as eleições de 2026, caso o presidente não busque a reeleição.

Mudanças ministeriais

Embora o PT atualmente tenha 11 ministérios no governo, a sigla poderá perder espaço na Esplanada, especialmente para partidos do Centrão. A saída da ministra Cida Gonçalves, responsável pela Secretaria de Mulheres, é dada como certa. E, contudo, há negociações para o PSD assumir o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). No entanto, Lula tem resistido à ideia de transferir o MDS para outro partido e deve manter a pasta sob controle petista, com o atual ministro Wellington Dias.

Inicialmente, Gleisi Hoffmann foi cogitada para assumir o MDS, mas essa ideia foi descartada por Lula, que considera a pasta estratégica para a reeleição e preferiria manter a liderança petista nela.

A reforma ministerial, portanto, é parte de um movimento maior, visando fortalecer as alianças políticas para garantir estabilidade durante o restante do mandato e também garantir apoio para as eleições de 2026.

A reforma também abrange outras mudanças no governo, como a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social. Esse movimento reflete a tentativa de Lula de reorganizar sua equipe e ampliar sua base de apoio, focando especialmente na relação com os partidos do centro e da centro-direita.

O novo arranjo ministerial tem como objetivo consolidar a governabilidade, melhorar o fluxo de alianças e preparar o terreno para os próximos anos políticos.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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