- O Brasil continua aplicando vacinas contra a Covid-19 para a variante Ômicron XBB.1.5, enquanto espera pela versão para a cepa JN.1
- A aprovação da vacina Covovax para a JN.1 deve ser concluída em fevereiro de 2024
- A Anvisa permite o uso de vacinas antigas por até nove meses, garantindo tempo para a transição para as novas doses
O Brasil ainda enfrenta desafios em sua luta contra a Covid-19, uma vez que os postos de saúde do país continuam a aplicar vacinas desatualizadas, direcionadas para a cepa Ômicron XBB.1.5.
Apesar da aquisição de quase 60 milhões de doses, a versão adaptada para a cepa JN.1 aguarda a aprovação da Anvisa para distribuição no país.
Vacinas “adaptadas”
A OMS recomendou, no início do ano, a adaptação das vacinas para a cepa JN.1, atualmente a variante mais prevalente.
A OMS emitiu a recomendação em abril de 2024, seguida pela Anvisa, que, em setembro, autorizou as versões adaptadas para a JN.1 produzidas pela Pfizer e Moderna. No entanto, o Brasil tem um contrato com a Zalika Farmacêutica, que é responsável pela produção da Covovax, uma vacina desenvolvida pela Novavax. Essa versão ainda não tem autorização para a cepa JN.1.
A Zulika Farmacêutica enviou à Anvisa o pedido de aprovação da versão JN.1 em 4 de dezembro de 2023. A Anvisa avaliou a documentação e emitiu exigências técnicas, que a farmacêutica atendeu em 23 de janeiro de 2024. A análise final deve ser concluída na primeira semana de fevereiro. Assim, permitindo que o Brasil receba as doses mais atualizadas.
Aval da Anvisa
Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, explicou que o ministério está aguardando o aval da Anvisa para receber a versão atualizada da Covovax, conforme estabelecido no contrato com a farmacêutica.
De acordo com ele, a cláusula do contrato exige que o Brasil receba apenas a vacina licenciada no país, ou seja, o imunizante autorizado pela Anvisa. Embora o ministério tenha a opção de solicitar um pedido excepcional para importar doses da Moderna ou da Pfizer adaptadas para a JN.1, Gatti defende que, devido ao momento atual da pandemia, não há necessidade de apressar o processo.
Segundo o diretor, a Instrução Normativa da Anvisa, expedida em setembro de 2023, estabelece que as vacinas antigas podem continuar sendo utilizadas até nove meses após a aprovação de uma versão mais atualizada. Assim, as doses para a cepa XBB.1.5 ainda são válidas. E podem, portanto, ser aplicadas até o prazo de transição para as novas vacinas.
Sem acelerar o processo
Além disso, Gatti ressaltou que a vacinação contra a Covid-19 continua sendo uma prioridade. Mas, que o Brasil está em um estágio da pandemia que não justifica acelerar o processo de autorização das vacinas. Ou, ainda, adquirir doses além das já contratadas.
A transição para as novas versões das vacinas deve ser feita de maneira gradual e sem pressa. Dessa forma, a fim de garantir uma distribuição eficiente e sem causar prejuízos ao PNI.
Melhor imunizante
A boa notícia é que, assim que a vacina adaptada para a JN.1 seja aprovada pela Anvisa, ela será a versão mais atualizada recomendada pela OMS. Dessa forma, permanecendo como a melhor opção de imunização contra a Covid-19.
A organização global continua orientando que as fabricantes e autoridades regulatórias adotem a cepa JN.1 como alvo para a composição das vacinas.
Portanto, enquanto o Brasil aguarda a liberação da versão mais moderna da vacina contra a Covid-19, as autoridades de saúde seguem trabalhando com as doses mais antigas para garantir a imunização da população.