O engenheiro de computação britânico James Howells, que ficou conhecido por descartar acidentalmente um HD contendo cerca de 8 mil Bitcoins em 2013, anunciou um plano ousado para tentar recuperar sua fortuna perdida: comprar o aterro sanitário onde o dispositivo supostamente se encontra.
Em 2013, Howells, morador de Newport, no País de Gales, jogou fora um HD contendo a chave privada para acessar sua carteira de Bitcoin. Na época, a criptomoeda valia relativamente pouco, mas, com a valorização expressiva ao longo dos anos, o conteúdo do HD atingiu um valor estimado de £ 600 milhões (aproximadamente R$ 4,5 bilhões na cotação atual) em 2024, com uma alta de mais de 80% apenas neste ano.
Howells relata que o lixo contendo o HD foi levado por sua namorada até o aterro sanitário local. Desde então, ele tem travado uma batalha para recuperar a criptomoeda, mas a justiça galesa negou, no mês passado, seu pedido de acesso ao aterro para procurar o dispositivo.
O Plano: Comprar o Aterro Sanitário
Diante da negativa judicial, Howells elaborou um novo plano: comprar o aterro sanitário. Ele revelou, em entrevistas à imprensa britânica, que está discutindo a opção de compra com parceiros de investimento. Howells também se comprometeu a doar 10% do valor recuperado para desenvolver projetos com foco em criptomoedas na região.
A possibilidade de compra do aterro surge em um momento em que o conselho local de Newport anunciou planos para encerrar as atividades do local e transformá-lo em uma fazenda solar até 2026. A energia gerada seria utilizada para abastecer os caminhões de lixo da cidade.
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Luta judicial
Desde 2013, Howells tem se empenhado em recuperar um disco rígido que contém os Bitcoins, contudo, um juiz recentemente determinou que Howells não tem chances realistas de localizar o disco rígido, encerrando seu caso após anos de contencioso.
O juiz citou a falta de motivos razoáveis para a busca e o potencial para violações das leis ambientais como razões para a decisão. As autoridades locais, com base na Lei de Controle de Poluição de 1974 de Newport, País de Gales, argumentaram que qualquer objeto entregue ao aterro se torna propriedade do local. A escavação do aterro poderia liberar substâncias perigosas, representando riscos à saúde pública e ao meio ambiente, o que levou à rejeição constante dos pedidos de licença feitos por Howells.
Além disso, como mais de seis anos se passaram desde o início do caso em 2013 até a data da ação em 2024, Howells também enfrenta o problema do prazo de prescrição, que impede qualquer ação legal adicional.
A recuperação do disco rígido exigiria a escavação de 10 a 15 mil toneladas de lixo em uma área de 2 mil metros quadrados, uma tarefa considerada ilegal sem uma nova licença ambiental. Howells expressou sua frustração com o sistema judicial britânico, lamentando não ter a oportunidade de apresentar seu caso em um julgamento completo.
