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Ibovespa fecha em alta de 2,74%, impulsionado por Vale e Petrobras, enquanto dólar cai 9ª vez

Vale e Petrobras lideram alta do Ibovespa; dólar cai nona sessão seguida

Ibovespa fecha em alta de 2,74%, impulsionado por Vale e Petrobras, enquanto dólar cai 9ª vez

O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (30) com uma forte alta de 2,74%, atingindo 126.818,24 pontos. Durante o pregão, o índice chegou a subir 2,84%, alcançando seu maior patamar desde maio de 2023, e chegou a tocar os +3% próximo ao fechamento. O desempenho foi impulsionado pelas ações das blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), que reagiram positivamente às declarações do presidente Lula durante coletiva de imprensa.

Lula afirmou que a Petrobras tem autonomia para decidir sobre reajustes de preços, sem interferência do governo. “Não autorizei aumento do diesel, quem autoriza o aumento é a Petrobras e não o presidente da República”, disse. “A Petrobras não precisa me avisar… Se achar que precisa fazer reajuste, ela faz e avisa a imprensa”. As ações da Petrobras fecharam em alta, com PETR3 subindo 1,97%, a R$41,37, e PETR4 avançando 1,33%, a R$37,39.

Já a Vale foi impulsionada pela promessa de um “novo comportamento” e maior proximidade com o governo. As ações da mineradora (VALE3) subiram 4,22%, fechando em R$55,03, o maior desempenho desde 9 de dezembro de 2024, quando registrou alta de 5,32%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira (29) mais um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 13,75%. No entanto, a sinalização de que o ciclo de alta pode ser menor do que o esperado animou o mercado. Ações do setor de consumo, como Magazine Luiza (MGLU3), C&A (CEAB3) e CVC (CVCB3), figuraram entre as altas do dia, refletindo o otimismo dos investidores com a possibilidade de um cenário de juros menos restritivo no futuro.

Dólar em queda

O dólar fechou em baixa de 0,26%, cotado a R$5,8532, marcando a nona sessão consecutiva de queda. Essa é a menor cotação desde 26 de novembro de 2022, quando a moeda norte-americana fechou a R$5,8096. Desde 17 de janeiro, o dólar não registra um dia de alta, acumulando queda de 5,27% no mês. O recuo foi influenciado pelo apetite por risco no exterior e pela alta das bolsas em Nova York, além das declarações de Lula reforçando a autonomia do Banco Central e da Petrobras.

Cenário internacional

Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam em alta, com investidores digerindo balanços corporativos e comentários positivos da Tesla, que ajudaram a compensar uma previsão decepcionante da Microsoft. Na Europa, o índice STOXX 600 subiu 0,9%, atingindo máxima recorde, impulsionado por ações do setor imobiliário e expectativas de afrouxamento monetário pelo Banco Central Europeu (BCE). O BCE reduziu os juros em 25 pontos-base, para 2,75%, sinalizando possibilidade de mais cortes no futuro.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, com o WTI para março subindo 0,15%, a US$72,73 o barril, e o Brent para abril avançando 0,37%, a US$75,89. O mercado aguarda a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), marcada para a próxima segunda-feira, que pode trazer novas diretrizes para o setor.

As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) despencaram, refletindo o comunicado do Copom e o fechamento de mais de meio milhão de empregos formais em dezembro, sinalizando desaceleração da economia brasileira. No exterior, os rendimentos dos Treasuries recuaram após o corte de juros pelo BCE, contribuindo para o fechamento da curva a termo brasileira.