O Ibovespa (IBOV) registrou a terceira alta consecutiva nesta quarta-feira (15), avançando 2,81%, aos 122.650,20 pontos. A valorização foi impulsionada por um ambiente externo favorável, especialmente pelos dados econômicos nos Estados Unidos, que aumentaram as expectativas de novos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve. O movimento foi observado com um apetite quase generalizado, com destaque para ações como as da Gafisa (GFSA3), que dispararam mais de 30%.
O dólar, por sua vez, recuou 0,35%, fechando a R$ 6,0252. Esse movimento refletiu, em parte, a queda no volume de serviços no Brasil, que teve um declínio de 0,9% em novembro, mais acentuado do que o previsto pelos analistas, que aguardavam uma retração de 0,3%.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, tranquilizou o mercado ao afirmar que as contas do governo central estavam dentro da banda de tolerância da meta fiscal para 2024. Além disso, o mercado aguardou a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que discutiram a sanção da regulamentação da reforma tributária. Uma nova reunião está marcada para quinta-feira (16).
Destaques no mercado de ações
Entre as ações que mais se destacaram, o papel da Hapvida (HAPV3) teve uma valorização superior a 10%, enquanto a Marfrig (MRFG3) e a Klabin (KLBN11) figuraram entre as únicas quedas da sessão, devido à exposição ao mercado internacional e à variação do dólar.
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4) também apresentaram ganhos superiores a 1%, beneficiadas pela alta das commodities. O contrato do minério de ferro com vencimento em maio subiu 0,71%, a US$ 106,73 por tonelada, e o petróleo avançou quase 3% devido à previsão de aumento da demanda da Opep e quedas nos estoques nos EUA.
Cenário internacional e impacto no mercado
Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,4% em dezembro, fechando o ano a 2,9%, o que foi abaixo das expectativas do mercado. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, recuou para 0,2% no mês e para 3,2% no ano. Esses dados aumentaram as apostas de que o Federal Reserve poderá cortar os juros mais cedo do que o esperado.
De acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, a chance de redução da taxa de juros para a faixa de 3,75% a 4,00% em 2024 subiu para 30,5%, ante 25,5% antes da divulgação dos dados. O Comitê de Mercado Aberto do Fed se reúne entre os dias 28 e 29 de janeiro para decidir sobre os próximos passos na política monetária.
O otimismo também se refletiu nas bolsas de Wall Street, com o S&P 500 subindo 1,83%, aos 5.949,91 pontos, o Dow Jones avançando 1,65%, aos 43.221,55 pontos, e o Nasdaq subindo 2,45%, aos 19.511,23 pontos. O início da temporada de balanços com resultados melhores que o esperado nos bancos norte-americanos também contribuiu para o movimento positivo.