- Índice de liquidez do governo cai para 6,24 meses
- Dívida pública dederal atinge R$ 7,3 trilhões em 2024
- Tesouro Nacional confirma situação “confortável” da dívida
O Tesouro Nacional divulgou nesta terça-feira (4), dados sobre a dívida pública federal, mostrando um recuo no índice de liquidez que mede a capacidade do governo de arcar com os vencimentos da dívida.
Atualmente, o valor disponível no caixa do governo é suficiente para cobrir os pagamentos por 6,24 meses. Contudo, o menor nível desde fevereiro de 2016, quando esse índice estava em 6,18 meses. Em dezembro de 2023, o mesmo índice estava em 7,57 meses, indicando uma redução de aproximadamente 17% no período.
“Processo natural”
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que a variação desse índice é um processo natural. Em entrevista a jornalistas, ele afirmou que “essa realmente é a função dele”, referindo-se ao comportamento variável do índice de liquidez. Apesar da queda, Ceron ressaltou que o valor atual ainda é suficiente para garantir o pagamento da dívida pública federal.
Em termos nominais, a reserva de liquidez, que representa o dinheiro em caixa para o pagamento da dívida, alcançou R$ 860,1 bilhões no final de 2024. No entanto, uma diminuição de R$ 122,2 bilhões (ou 12,44%) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Portanto, em comparação com novembro de 2024, houve um pequeno aumento de 0,47%, com o saldo passando de R$ 856,1 bilhões para os R$ 860,1 bilhões no final de dezembro.
Dívida pública em alta
Ao mesmo tempo, o estoque da dívida pública federal subiu para R$ 7,3 trilhões ao fim de 2024. Dessa forma, o que representa um aumento de 12,2% em relação ao estoque de R$ 6,52 trilhões registrado em 2023.
A alta também foi registrada em comparação com novembro de 2024, quando a dívida estava em R$ 7,2 trilhões, um aumento de 1,6%.
Embora o aumento do estoque da dívida possa gerar preocupações, o subsecretário da Dívida Pública, Daniel Cardoso Leal, se mostrou tranquilo com a atual situação. Ele lembrou que o índice de liquidez já esteve muito abaixo do atual em outras ocasiões, citando fevereiro de 2015, quando o índice foi de apenas 1,54 mês, e afirmou que o governo sobreviveu mesmo em condições mais difíceis.
Leal também afirmou que o nível de liquidez atual ainda é “confortável” para o pagamento da dívida pública.
Riscos e garantias
O Tesouro Nacional leva em consideração o parâmetro mínimo de três meses de liquidez para garantir que o governo possa honrar os vencimentos de suas obrigações. Essa reserva vem sendo sustentada por meio da emissão de títulos públicos, uma prática comum para financiar as atividades do governo.
Apesar da diminuição no valor da reserva de liquidez, o Tesouro Nacional continua a afirmar que a situação está sob controle e que o pagamento da dívida pública federal não está ameaçado.
Ainda assim, a situação exige monitoramento contínuo, especialmente em um cenário de alta da taxa de juros e pressões inflacionárias. O governo federal precisará adotar políticas fiscais e econômicas eficazes para garantir que o estoque da dívida pública não continue crescendo de maneira insustentável.
A redução da reserva de liquidez e o aumento do estoque da dívida são sinais de que o governo deve manter vigilância constante sobre sua política fiscal e de financiamento.