Recuperação de gestão

Lula diz que seu governo não cumpriu promessas e pede "paciência"

Em coletiva no Palácio do Planalto, presidente admite falhas e busca recuperação na gestão com foco em entregas para o povo.

Lula diz que seu governo não cumpriu promessas e pede "paciência"
  • O presidente reconheceu que as críticas à gestão são justas, pois ainda não entregou tudo o que prometeu
  • A troca na Secom visa melhorar a relação do governo com a população e esclarecer os avanços da gestão
  • Lula acredita que os resultados melhorarão nos próximos meses e que a confiança do povo será restaurada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou nesta quinta-feira (30) um tom de autocrítica ao reconhecer a queda nas taxas de aprovação de sua gestão, conforme apontado por diversas pesquisas de popularidade.

Durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Lula admitiu que as avaliações negativas da população sobre seu governo são legítimas. Já que, segundo ele, o governo não tem entregado tudo o que foi prometido até o momento.

“O povo tem razão. A gente não está entregando aquilo que prometeu, então como o povo vai falar bem se a gente não está entregando? É preciso ter muita paciência”, declarou o presidente, destacando que a expectativa popular gerada nas eleições foi alta, mas o governo ainda não conseguiu atender a essas expectativas da forma que desejava.

Momento decisivo

Lula, que completou seu primeiro ano de mandato no final de 2023, explicou que o segundo ano de governo seria um momento decisivo para as avaliações da população. Lula afirmou que, no início do governo, o povo estava esperançoso, mas com o tempo, começou a cobrar o cumprimento das promessas.

O presidente, no entanto, mostrou-se resiliente, afirmando que não se preocupa com as pesquisas de popularidade. Uma vez que, elas são apenas uma ferramenta para identificar áreas que precisam de ajustes.

“É muito cedo para fazer pesquisa sobre 2026 e muito cedo para você avaliar o governo com dois anos. O que importa é fazer as correções necessárias e melhorar a gestão ao longo do tempo”, ponderou Lula, acrescentando que acredita na recuperação dos índices de aprovação ainda neste ano.

Queda na popularidade e comunicação

Um dos pontos que tem sido apontado como fator para a queda na popularidade do presidente é a comunicação do governo. Para contornar essa questão, o presidente anunciou recentemente mudanças no comando da Secretaria de Comunicação (Secom), com a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira.

Lula acredita que a nova estratégia de comunicação será crucial para “aproximar” o governo da população. E, dessa forma, mostrar os avanços que, segundo ele, estão sendo preparados.

“A nossa estratégia é mostrar para o povo o que estamos fazendo. A comunicação é um dos pontos que precisam de ajustes. Estamos preparando mais do que em outros momentos da nossa história e vamos entregar, pode ter certeza”, afirmou o presidente, ao fazer um apelo para que os jornalistas registrassem seu compromisso com as promessas feitas durante a campanha.

Lula destacou que, na reunião ministerial de 21 de janeiro, os ministros discutiram o avanço do Brasil, que, segundo ele, já superou o progresso dos oito anos de seu primeiro mandato.

Ele enfatizou que o governo está empenhado em promover transformações concretas para a população. Ainda, prometendo que as entregas começarão a se materializar.

“Simples agenda”

O presidente foi enfático ao afirmar que seu projeto de governo vai além de uma simples agenda política:

“Não é apenas um programa de governo, é uma profissão de fé. Eu não teria sido eleito se não acreditasse profundamente no que posso fazer pelo Brasil”, declarou Lula, com um tom de confiança renovada.

Apesar da queda nas pesquisas, o presidente reforçou que está comprometido em enfrentar as dificuldades e levar a cabo os objetivos traçados. Para ele, a retomada do crescimento e das condições de vida para a população são fundamentais para reverter a atual avaliação negativa de sua gestão. O ano de 2024 será, segundo ele, um marco para a recuperação da confiança do povo brasileiro.

A coletiva de imprensa, portanto, sinaliza uma tentativa do presidente de reacender a sua base de apoio e mostrar que, apesar das dificuldades, o governo está no caminho certo. E, dessa forma, preparado para enfrentar os desafios que ainda estão por vir.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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