- Em 2024, os gastos da União com diárias e passagens chegaram a R$ 3,58 bilhões, alta de 2,9% em relação a 2023, o maior valor desde 2014
- O aumento do número de ministérios de 23 para 38 no governo Lula elevou os gastos com diárias, que subiram 9% em 2024, enquanto os custos com passagens caíram 5%
- Após quedas significativas em 2020 e 2021 devido à pandemia, os gastos com viagens dispararam em 2022 e seguiram crescendo 33% em 2024, refletindo a reabertura e o aumento das viagens oficiais
Em 2024, os gastos da União com diárias e passagens, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, alcançaram R$ 3,58 bilhões. Dessa forma, representando um aumento real (descontando a inflação) de 2,9% em relação ao mesmo período de 2023.
Esse valor é o maior desde 2014, no governo de Dilma Rousseff, quando os gastos totalizaram R$ 4,34 bilhões. A série histórica de despesas do governo federal com esse tipo de custeio tem início em 2011. E, os dados mais recentes foram divulgados pelo Tesouro Nacional no relatório do resultado primário de dezembro de 2024.
Crescimento contínuo
O aumento nos gastos com viagens é um reflexo do crescimento da estrutura do governo Lula. Em 2024, o governo federal gastou R$ 2,15 bilhões com diárias, marcando um crescimento de 9% em comparação com 2023.
Este aumento está diretamente ligado ao aumento do número de ministérios, que saltaram de 23 para 38 com o início do terceiro mandato presidencial. Esse crescimento no número de ministérios e secretarias resultou em um aumento no número de viagens e despesas com hospedagem para ministros e seus auxiliares.
Por outro lado, os gastos com passagens registraram uma leve queda de 5% no período, totalizando R$ 1,43 bilhão. A diferença entre os gastos com diárias e passagens pode ser explicada pela maior quantidade de viagens internas e deslocamentos em que as diárias, que incluem custos de hospedagem e alimentação, têm maior peso.
Impacto da pandemia
A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo nos gastos com viagens do governo federal, especialmente nos anos de 2020 e 2021. Quando as restrições a viagens e a queda nos deslocamentos levaram a uma forte redução nas despesas.
Em 2020, o governo gastou apenas R$ 1,21 bilhão. E, em 2021, esse valor subiu para R$ 1,37 bilhão. A recuperação das despesas foi notável a partir de 2022, quando os gastos aumentaram em 96,2% em relação a 2021.
Em 2024, a trajetória de alta continuou, com um crescimento de 33% em relação a 2022. Refletindo, assim, a reabertura econômica e o aumento das viagens oficiais com o novo governo.
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O aumento das viagens também está relacionado a compromissos internacionais e participação em eventos globais. Dessa forma, o que tem sido uma característica marcante do governo Lula.
Razões por trás do aumento nos gastos
A alta nos gastos com viagens pode ser atribuída a diversas razões. Uma das principais é o aumento no número de ministérios e a consequente maior demanda por viagens de ministros e outros representantes do governo.
Com 38 ministérios, o governo Lula precisa financiar um número significativamente maior de deslocamentos oficiais. Ainda, com mais ministros e auxiliares participando de eventos internacionais e reuniões com autoridades de outros países.
Outro fator importante é o contexto fiscal. O governo Lula busca sinalizar ao mercado financeiro seu compromisso com o controle dos gastos públicos. Mas, também precisa garantir que a administração pública tenha a estrutura necessária para cumprir suas funções. Dessa forma, o que inclui viagens e deslocamentos para representar o Brasil em várias frentes.
A viagem da primeira-dama
O aumento nos gastos com viagens também é refletido nas iniciativas da primeira-dama, Janja da Silva. Ela anunciou, em fevereiro de 2025, que viajará a Roma a convite do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da ONU, para participar da instalação do conselho internacional da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
A primeira-dama viajará com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, exemplificando o empenho do governo federal em questões internacionais. E, assim, buscando expandir suas parcerias e compromissos globais.
Comparação com o Governo Bolsonaro
Quando comparado ao governo de Jair Bolsonaro, os gastos com diárias e passagens no governo Lula são quase o dobro. Durante o mandato de Bolsonaro, os gastos totais com viagens somaram R$ 3,91 bilhões.
O aumento no governo Lula é, portanto, significativo, refletindo a ampliação da estrutura administrativa. Além do foco em políticas públicas mais ativas em nível nacional e internacional.
