Controle de preços

Lula pede para população trocar alimentos caros por similares

Presidente sugere que brasileiros deixem de comprar produtos caros como forma de controlar os preços e enfrenta críticas da oposição sobre a medida.

Lula pede para população trocar alimentos caros por similares
  • Lula sugere que os brasileiros evitem comprar produtos caros para pressionar os preços para baixo
  • Políticos da oposição criticam a medida, defendendo ações governamentais mais eficazes
  • O presidente orienta substituir itens caros por opções mais baratas para aliviar o impacto da inflação

Na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Lula propôs uma nova abordagem para o combate à alta da inflação de alimentos no Brasil. Durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, o presidente sugeriu que os consumidores deixem de adquirir produtos caros. No entanto, destacando que a decisão de compra do povo brasileiro poderia ser um fator decisivo no controle dos preços no país.

A voz do povo

Segundo o presidente, o controle da inflação de alimentos depende, em grande parte, da ação consciente da população. Ele explicou que, se os brasileiros tiverem a percepção de que um determinado produto está com um preço elevado, a solução seria simplesmente não comprá-lo.

“Se você vai num supermercado aí em Salvador e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço], senão vai estragar”, afirmou Lula.

O presidente também ressaltou que esse comportamento de controle nas compras faz parte da “sabedoria do ser humano”. Que, segundo ele, será crucial para a resolução da crise inflacionária no Brasil.

Lula mencionou que se trata de um processo educacional, que deve ser promovido junto à população brasileira, com o objetivo de criar uma consciência coletiva para que os consumidores ajam de forma estratégica e impactem diretamente o mercado.

O papel dos setores produtivos

Em um tom mais crítico, o presidente destacou a responsabilidade dos diferentes setores da cadeia produtiva, afirmando que a população não deve ser extorquida e que é fundamental que os produtores, distribuidores e comerciantes também se responsabilizem pelos preços praticados.

A mensagem de Lula deixa claro que o governo espera que os agentes econômicos tenham empatia com as dificuldades enfrentadas pelos consumidores. E, qjue assim, colaborem para manter os preços em patamares acessíveis.

Além disso, o presidente sugeriu que os consumidores substituam produtos mais caros por alternativas mais baratas e similares. A troca de itens caros por outros mais acessíveis seria uma forma de driblar os aumentos de preços. Ainda, garantindo que a alimentação dos brasileiros continue sendo saudável, mas sem sobrecarregar os orçamentos familiares.

O papel do dólar

Outro ponto abordado por Lula foi a alta do dólar, que, segundo ele, contribui significativamente para o aumento dos preços no Brasil. O presidente afirmou que o Banco Central (BC) tem uma parcela de responsabilidade nesse processo, pois, em sua visão, a gestão da moeda foi “totalmente irresponsável”.

Ele comentou que a administração anterior deixou uma “arapuca” econômica que não poderia ser desmontada rapidamente. O impacto do câmbio, de acordo com o presidente, afeta diretamente os custos de produtos importados, o que se reflete nos preços dos alimentos e outros itens de consumo.

Lula também comentou sobre o aumento do salário mínimo, afirmando que o governo pretende compensar esse aumento com uma redução nos preços dos alimentos. Assim, para garantir que a cesta básica se encaixe no orçamento do trabalhador brasileiro.

Reações da oposição

As declarações do presidente sobre a responsabilidade do consumidor na redução da inflação geraram uma série de críticas por parte de políticos da oposição. O senador Sérgio Moro (PR), por exemplo, ironizou a proposta de Lula em suas redes sociais:

“Para Lula, a população, para combater a inflação, não deve comprar o produto se estiver caro. Já quando os gastos são do Lula, o céu é o limite”, afirmou o ex-ministro da Justiça.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) também criticou a medida, sugerindo que o governo não busca resolver a questão da inflação com políticas de gestão mais eficazes, como o corte de gastos nos ministérios ou a escolha de profissionais competentes para ocupar cargos em estatais.

“Nada de cortar gastos nos ministérios, colocar gente competente nas estatais ou gerir melhor a economia. Para o governo, basta que os brasileiros parem de comer, beber e se deslocar”, afirmou Nogueira.

A proposta de Rui Costa

Em um episódio recente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também sugeriu aos brasileiros que trocassem produtos mais caros por opções mais acessíveis. Durante uma coletiva, ele sugeriu, por exemplo, substituir a laranja, que teve um aumento considerável no preço, por outras frutas.

Essa orientação foi dada no contexto da alta dos preços no mercado interno e externo, impulsionada por questões climáticas e problemas nas produções agrícolas. Rui Costa argumentou que, enquanto os preços internacionais permanecem elevados, essa estratégia seria uma forma prática de driblar o impacto da inflação sobre o orçamento familiar.

O governo trabalha para melhorar os preços?

Em relação ao controle da inflação, o presidente Lula assegurou que o governo está em constante diálogo com empresários e que os Ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário estão envolvidos no esforço para encontrar soluções para o problema.

Ele destacou que a redução dos preços é uma prioridade, afirmando que, mais do que um programa de governo, trata-se de uma “profissão de fé” do governo petista.

“Comida barata na mesa do trabalhador é uma coisa que nós estamos perseguindo”, afirmou o presidente, deixando claro o compromisso de sua gestão com a redução dos preços dos alimentos.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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