- Marinha dos EUA emite alerta contra uso da IA da DeepSeek, citando riscos à segurança e ética
- O modelo de IA da startup chinesa R1 supera o ChatGPT e lidera downloads, mas gera preocupações nos EUA
- Crescimento rápido da DeepSeek levanta alertas sobre a infraestrutura e segurança da tecnologia de IA chinesa
A Marinha dos Estados Unidos emitiu uma proibição aos seus membros na última sexta-feira (29), alertando-os para não utilizarem a tecnologia de inteligência artificial (IA) da startup chinesa DeepSeek.
A restrição foi enviada por e-mail e pede explicitamente que os “companheiros de bordo” evitem qualquer uso da IA da DeepSeek. Ainda, citando preocupações com a origem do modelo e os riscos potenciais de segurança e ética.
A decisão foi tomada após o lançamento do novo modelo R1 da DeepSeek, que tem ganhado destaque por sua capacidade de raciocínio. E, assim, se tornado uma grande concorrente das tecnologias desenvolvidas por gigantes como OpenAI e Google.
Acesso liberado
A IA da startup chinesa é de código aberto, permitindo que qualquer desenvolvedor acesse e utilize seu modelo. Em pouco tempo, o R1 se tornou a aplicação de IA mais baixada na App Store da Apple, superando até mesmo o popular ChatGPT, da OpenAI.
A Marinha americana não detalhou quais riscos específicos levaram à proibição, mas a preocupação central parece ser com a possibilidade de a tecnologia ser usada para coletar dados sensíveis. Ou, ainda, ser comprometida de alguma forma, considerando a origem chinesa da empresa.
O alerta foi emitido antes do impacto nos mercados, ocorrido em 27 de janeiro, quando surgiram preocupações sobre a infraestrutura para o desenvolvimento de IA.
Rapidez no lançamento
DeepSeek, por sua vez, se destacou pela rapidez no lançamento de seu modelo de linguagem, que foi desenvolvido em apenas dois meses e com um investimento muito inferior ao das grandes empresas de tecnologia. Contudo, cerca de US$ 6 milhões, em contraste com os bilhões investidos por empresas como Google e OpenAI.
A Marinha emitiu uma proibição após a Divisão de Aeronaves Navais orientar seus membros a evitar baixar, instalar ou usar o modelo DeepSeek.
Além disso, a startup chinesa anunciou que, devido a “ataques maliciosos em larga escala”, limitou temporariamente o registro de novos usuários no modelo R1, mas rapidamente retomou suas operações normais.
O impacto dessa tecnologia não se limitou aos militares. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, também se manifestou sobre o crescimento repentino da DeepSeek. Dessa forma, afirmando que o avanço da startup deve ser visto como um alerta para as empresas de tecnologia americanas.
Trump tem se envolvido em discussões sobre a segurança nacional em relação a aplicativos chineses, como o TikTok. E, sua administração, em 2020, chegou a tentar banir o app dos EUA, antes de mudar de posição.
Governo americano
A recente movimentação do governo americano e o crescimento de empresas como DeepSeek levantam questões complexas sobre a origem das tecnologias. Além das implicações de segurança em um mundo cada vez mais conectado e digital.
Com a IA se tornando um dos maiores campos de inovação global, o desenvolvimento de modelos por empresas emergentes, como a DeepSeek, pode alterar a dinâmica do setor. Dessa forma, gerando disputas entre potências tecnológicas.
Além disso, a proibição imposta pela Marinha reflete uma preocupação crescente com as implicações da adoção de novas tecnologias em tempos de tensões geopolíticas.
Desafios de segurança
A situação atual mostra o desafio para os governos em equilibrar a inovação tecnológica com a proteção de dados sensíveis e a segurança nacional. Especialmente, quando se trata de empresas que operam em ambientes com fortes disputas políticas.
Com a DeepSeek ganhando força, é possível que mais movimentos de restrição ou regulamentação surjam. Não apenas nos Estados Unidos, mas em outras regiões, à medida que a corrida pela liderança em IA se intensifica.
O futuro da DeepSeek, e a forma como suas inovações serão recebidas, certamente continuará a ser um tema de debate importante no cenário global.