Riscos Biométricos

Na argentina, autoridades detêm grupo que oferecia criptomoedas em troca de íris

Em Santa Fé, Argentina, cinco pessoas foram detidas por escanear íris em troca de criptomoedas.

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Na argentina, autoridades detêm grupo que oferecia criptomoedas em troca de íris

As autoridades da cidade de Santa Fé, na Argentina, prenderam cinco indivíduos na área da Feria del Litoral por tentarem escanear íris de pessoas em troca de criptomoedas. O Comando Radioelétrico (CRE) transferiu os detidos para investigação sob a alegação de “investigação do fato”.

O método utilizado pelos detidos foi descrito como semelhante ao projeto World, de Sam Altman, da OpenAI, que visa diferenciar humanos de inteligências artificiais. No entanto, o esquema em questão era distinto, pois três mulheres e dois homens prometiam criptomoedas em troca do escaneamento de íris, levantando questões sérias sobre a legalidade da coleta de dados pessoais.

Analistas afirmam que o escaneamento de íris em troca de criptomoedas tem se tornado mais comum na Argentina nos últimos meses. Contudo, persistem preocupações de que menores de idade possam estar acessando essas ofertas sem compreender os riscos envolvidos. Até o momento, não se sabe quais criptomoedas estavam sendo oferecidas como pagamento pelo escaneamento.

Os detidos foram identificados como Silvia del Valle B. (36 anos), Reina M. (19 anos), Víctor G. (40 anos), Federico R. (36 anos) e uma mulher de 32 anos. As autoridades temem que os dados biométricos coletados possam ser usados para roubo, falsificação de identidade ou até mesmo fraude digital.

Legislação e Proteção de Dados

A Argentina possui uma Lei de Proteção de Dados Pessoais, que exige consentimento mútuo entre a empresa e o indivíduo para o escaneamento de íris, desde que sejam fornecidas informações explícitas sobre o processamento dos dados pessoais. No entanto, a situação atual levanta dúvidas sobre o cumprimento dessas normas.

Em outubro do ano passado, a vereadora da Acción Marplatense, Eva Ayala, acusou o governo de arquivar o processo de investigação relacionado ao Worldcoin no país. Ayala denunciou que o Executivo não forneceu explicações sobre a situação, afirmando: “Este processo está arquivado sem ter uma resposta do Executivo como solicitado. Silêncio e arquivamento não são uma resposta.

O Crescimento da Worldcoin e Seus Desafios

Até o final de 2024, a World reportou que a Argentina era o país com a maior taxa de escaneamentos de íris, representando 33% da participação global, com mais de 2,2 milhões de usuários. Após a mudança de marca de Worldcoin para World, a empresa revelou que possui 7 milhões de usuários validados e mais de 15 milhões de pessoas registradas.

Apesar de sua expansão prometida na região e da intenção de ampliar a inclusão financeira, a empresa enfrentou conflitos com países como Chile, Argentina, Colômbia e México. As preocupações sobre a legalidade e a ética da coleta de dados biométricos continuam a ser um tema de debate intenso.

Fernando Américo
Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvol
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