O volume de dívidas renegociadas por meio da recuperação extrajudicial atingiu um recorde histórico de R$ 37,4 bilhões em 2024, de acordo com o Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (Obre). O levantamento, divulgado pelo Valor Econômico, revela um aumento expressivo de 385% em comparação com o ano anterior, envolvendo 50 empresas.
Cenário econômico impulsiona a recuperação extrajudicial
O crescimento substancial no volume de renegociações é reflexo da pressão do atual cenário econômico, marcado pela alta taxa de juros, que tem dificultado o fluxo de caixa das empresas. Além disso, a recuperação extrajudicial tem se consolidado como uma alternativa mais ágil e menos onerosa que a recuperação judicial, atraindo grandes empresas em busca de soluções mais rápidas para seus problemas financeiros.
A recuperação extrajudicial permite que a empresa negocie diretamente com seus credores, sem a necessidade de intervenção judicial. Para iniciar o processo, é necessário o aval de pelo menos 33% dos credores. Após isso, a empresa tem 90 dias para conseguir a aprovação de mais de 50% dos credores para o plano ser homologado. Esse procedimento reduz custos e tempo, o que tem sido cada vez mais atraente para companhias em dificuldades financeiras.
Destaques
Entre as empresas que recorreram à recuperação extrajudicial em 2024 estão nomes como Casas Bahia, Tok&Stok e InterCement. A Casas Bahia renegociou suas dívidas com os bancos Bradesco e Banco do Brasil, enquanto a Tok&Stok utilizou o instrumento para viabilizar sua fusão com a Mobly. Já a InterCement, embora tenha tentado negociar ativos, acabou migrando para a recuperação judicial.
Indicadores
- R$ 37,4 bilhões: volume total de dívidas renegociadas
- 50 empresas: número de companhias envolvidas
- 385%: aumento em relação ao ano anterior