- O secretário-geral da ONU destacou que ambas as questões são ameaças existenciais para a humanidade
- Guterres defendeu uma regulamentação rigorosa para garantir que a IA beneficie a humanidade, sem desestabilizar economias.
- Guterres enfatizou a urgência de combater o aquecimento global e transformar a economia de maneira sustentável
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um alerta poderoso nesta quarta-feira (22), ao afirmar que tanto a crise climática quanto a expansão descontrolada da inteligência artificial (IA) representam ameaças existenciais à humanidade.
O dirigente expressou suas preocupações durante um discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Destacando, assim, a urgência em tratar desses desafios globais, que, se não forem controlados, podem ter efeitos devastadores para o futuro da civilização.
Consequências
Guterres começou sua fala enfatizando que a crise climática e a inteligência artificial são fenômenos que, se não forem geridos de maneira responsável e ética, podem levar a consequências irreparáveis.
O líder da ONU mencionou que a IA, embora tenha o potencial de impulsionar grandes inovações, também pode ser “enganosa”. E, dessa forma, causar sérias perturbações econômicas.
Ele alertou que uma expansão ilimitada dessa tecnologia pode levar a um desequilíbrio de poder. Ainda, com consequências imprevisíveis tanto no campo econômico quanto social.
“Estamos à beira de um futuro no qual as tecnologias podem ser usadas para prejudicar as pessoas e ampliar desigualdades. A inteligência artificial deve ser regulamentada de forma rigorosa para garantir que sirva à humanidade, e não o contrário”, afirmou Guterres, destacando que uma maior conscientização e ações coletivas são necessárias para controlar e direcionar o desenvolvimento dessas novas ferramentas tecnológicas.
A IA, como Guterres destacou, pode alterar mercados de trabalho. Além de criar disparidades econômicas ainda mais profundas e até mesmo colocar em risco a segurança global, se mal direcionada.
O aquecimento global
A crise climática, por sua vez, também recebeu grande atenção nas palavras do secretário-geral. Guterres sublinhou que o mundo ainda não está fazendo o suficiente para combater o aquecimento global. Dessa forma, apontando a urgência de agir agora para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Ele pediu uma aceleração dos esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. E, assim, garantir uma transição mais rápida para fontes de energia renováveis.
Para ele, a transformação digital e as inovações tecnológicas, como a IA, podem ser aliadas nesse processo. Desde que sejam usadas para promover a sustentabilidade e não para aprofundar as crises ambientais.
Inclusão social
O secretário-geral destacou a importância de desenvolver tecnologias emergentes com princípios éticos e foco na inclusão social.
Guterres pediu uma governança global mais forte e mais eficaz. Assim, é necessário garantir que as ferramentas digitais e as tecnologias emergentes sejam usadas para promover o bem-estar coletivo, e não para exploração.
O líder da ONU também fez referência a um estudo recente que indicou que o impacto da IA no mercado de trabalho poderá ser profundo. Dessa forma, com uma possível destruição de milhões de empregos.
Ele afirmou que a regulamentação precisa ser rápida e eficaz para que o uso da inteligência artificial seja mais benéfico para a sociedade e para o futuro do trabalho. Além disso, ele destacou a necessidade de criar um ambiente onde a educação e o treinamento possam ajudar as pessoas a se adaptarem às novas realidades que surgirão com a ascensão das máquinas inteligentes.
Grandes avanços
Enquanto a IA oferece promessas de grandes avanços em áreas como saúde, educação e sustentabilidade, Guterres alertou para o fato de que as tecnologias podem ser mal utilizadas se não houver uma regulação global robusta.
O risco de uso indevido e de manipulação da informação pode gerar consequências perigosas. Como a criação de fake news e a intensificação da polarização social.
Guterres finalizou seu discurso dizendo que o futuro da humanidade está em nossas mãos. E, que é nossa responsabilidade garantir que as inovações tecnológicas. Além dos esforços de combate às mudanças climáticas se alinhem com os objetivos de justiça social, paz e prosperidade para todos.
“O caminho à frente exige união e uma abordagem global coordenada”, concluiu o secretário-geral da ONU.
Com isso, ele reforçou a necessidade de colaboração internacional para criar um futuro mais sustentável e seguro, onde tanto as tecnologias emergentes quanto o meio ambiente possam prosperar em harmonia com as necessidades humanas.