A Worldcoin, projeto de criptomoeda cofundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, chegou ao Brasil, oferecendo Worldcoins em troca do escaneamento da íris dos usuários. A empresa afirma que o objetivo é criar um sistema de verificação de humanidade para diferenciar pessoas reais de robôs online, utilizando a singularidade da íris.
Os usuários baixam o aplicativo WorldApp, agendam um horário e comparecem a um dos pontos de verificação. Lá, um dispositivo chamado Orb escaneia a íris, gerando um World ID. A empresa afirma que as imagens são processadas localmente e apagadas do dispositivo após a criação do ID. Em troca, os usuários recebem Worldcoins, que podem ser convertidas em reais.
Dúvidas e Preocupações
A proposta da Worldcoin gera questionamentos sobre os reais objetivos da empresa e o destino dos dados coletados. Usuários entrevistados pela reportagem demonstraram pouco conhecimento sobre o projeto e afirmaram ter se cadastrado principalmente pelo incentivo financeiro.
Especialistas em segurança e privacidade expressam preocupações com o uso de dados biométricos sensíveis e a compensação financeira, que pode influenciar o consentimento dos usuários. A falta de transparência sobre o armazenamento dos dados também é um ponto de alerta.
Rodrigo Tozzi, chefe de operações da Worldcoin no Brasil, afirma que a empresa não está comprando dados nem pagando pelo escaneamento, mas oferecendo uma participação no projeto por meio de tokens. Ele defende que o World ID será essencial na era da inteligência artificial, permitindo que as pessoas comprovem sua identidade online.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) instaurou um processo de fiscalização para investigar o tratamento de dados biométricos pela Worldcoin e solicitou esclarecimentos à empresa. A Prefeitura de São Paulo também está investigando a legalidade dos espaços de verificação.