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"Está difícil": pesquisa revela que 88% dos consumidores iniciaram 2022 com dívidas

Levantamento feito com base no banco de dados da Acordo Certo aponta, ainda, que 57% deles consideram difícil manter as contas dentro do orçamento. Confira os destauqesda pesquisa.

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

O atual cenário econômico em que o Brasil se encontra impacta diretamente a sua esfera social. Uma pesquisa realizada em janeiro de 2022 pela Acordo Certo, fintech do Grupo Boa Vista voltada para renegociação de dívidas, revelou que 88% dos consumidores possuem dívidas e, desses, 57% afirmaram que está difícil suprir todas as necessidades básicas com a renda mensal. 

O estudo mostrou, ainda, que 32% dos consumidores entrevistados estão mais endividados neste ano do que no início de 2021. O que significa 4% de crescimento em relação ao ano passado.

Para Bruna Allemann, educadora financeira da Acordo Certo, a pesquisa revela uma das maiores preocupações dos brasileiros atualmente: as finanças domésticas. E, não seria para menos, já que o mês de janeiro registrou uma inflação acumulada em 12 meses de 10,38% e o salário mínimo não cresceu na mesma proporção.

“Inclusive, recentemente, o Dieese divulgou uma pesquisa que apontava justamente para isso. De acordo com eles, o salário mínimo ideal do brasileiro seria de R$ 6 mil para arcar com as contas mensais”, ressalta a especialista.

Ou seja, quando os preços sobem, a população sente na pele. Não é à toa que 51% dos consumidores entrevistados pela Acordo Certo declaram que os gastos familiares aumentaram em 2021. Além disso, 53% concordaram que foi pior pagar as contas do dia-a-dia no ano passado, se comparado ao ano anterior.

“’Está difícil’. Essa é a frase que mais escutamos. Mas, ainda assim, o que não podemos deixar é que a situação difícil nos mantenha estagnados. Hoje, existem infinitas possibilidades para negociação de dívidas, com parcelas de até R$ 30 que não afetam tanto o orçamento familiar”, comenta a educadora financeira que defende que a organização para sair da dívida é o princípio básico para alcançar o bem-estar e, futuramente, a liberdade financeira. 

O mesmo estudo, no entanto, revelou que mesmo com dívidas, 31% dos entrevistados não encontram dificuldades para administrar as contas dentro do orçamento. Embora a declaração seja positiva, a economista da Acordo Certo se preocupa.

“Demonstra que a percepção do consumidor em relação às suas finanças é equivocada. Não podemos normalizar o fato de estar com o ‘nome sujo’. Apesar das dificuldades e dentro dos limites de preocupação, o consumidor precisa ter consciência de que ter dívidas não é um bom sinal para sua saúde financeira”, considera.

Percepção do consumidor

Bruna Allemann explica que um dos pilares da educação financeira é o autoconhecimento pessoal, profissional e financeiro. Ela conta que, durante a pesquisa, diversos gatilhos e contrapontos ficaram em evidência. “Quando questionados, através de quatro frases distintas, se concordavam ou não com aquelas informações, houve dois crescimentos totalmente opostos. Isso aponta o quanto o consumidor ainda está confuso financeiramente”.

O levantamento da Acordo Certo mostrou um crescimento de 4% em 2021, se comparado ao ano anterior, de pessoas que afirmam estar com mais dificuldades financeiras. Em contrapartida, houve um crescimento de 6% de pessoas que pretendem fazer mais compras, mesmo endividados.

“Diante do atual cenário econômico do País, economizar R$ 30 ou R$ 50 no mês faz diferença. Estamos falando de pessoas que recebem cerca de dois salários mínimos por mês, precisam colocar comida na mesa e, ainda, arcar com os custos com saúde, transporte, moradia e educação. Precisamos ser realistas com o que esse consumidor pode fazer para que sobre algum valor no mês”, explica Allemann.

Contudo, 26% dos entrevistados responderam que começaram a fazer um planejamento financeiro, o que demonstra o comprometimento com suas finanças e a vontade de quitar as dívidas.

Expectativas para 2022

O consumidor possui uma perspectiva bem definida sobre o que esperar para este ano. Do ponto de vista pessoal, 49% têm a expectativa de melhora financeira. Entretanto, não acreditam que o mesmo acontecerá a nível nacional — 45% acha que a situação econômica do Brasil vai piorar em 2022.

Os consumidores enxergam uma luz no fim do túnel com as facilidades que encontram para quitar suas dívidas. 44% estão otimistas no que diz respeito à facilidade de fazer os pagamentos. Porém, esse número ainda é 3% menor que o ano anterior.

Seguindo a linha do que vimos no ano anterior e de olho na inflação (impacto direto no dia-dia como supermercado e alimentação em geral), 38% dos entrevistados esperam mais aumentos dos gastos da família em 2022. Ou seja, houve um crescimento de 7% em relação à percepção do ano anterior.

Metodologia

Pesquisa online, realizada entre os dias 19 de janeiro a 1º de fevereiro, com 1.385 pessoas cadastradas na plataforma da empresa.
 

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