- A cesta com 35 itens essenciais teve aumento de 1,1% em janeiro, passando de R$ 794,56 para R$ 803,37, refletindo a alta dos preços no começo de 2025
- A cesta com 12 itens básicos subiu 0,71% no mês, passando de R$ 325,43 para R$ 327,70, uma elevação bem abaixo da média da cesta ampliada
- A Abras projeta crescimento de 2,70% no consumo das famílias em 2025, mas em um ritmo mais lento devido à inflação persistente e outros desafios econômicos
Em janeiro de 2025, a inflação nos supermercados brasileiros mostrou sinais de continuidade, com os preços de alimentos, produtos de higiene e limpeza subindo 1,1% em relação ao mês anterior.
De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a cesta com 35 itens de largo consumo, composta por alimentos essenciais como carnes, leite, arroz, feijão e café, teve um aumento considerável. Assim, passando de R$ 794,56 em dezembro para R$ 803,37 neste mês.
Marcio Milan, vice-presidente da Abras, alertou que os preços continuarão a subir, devido a uma combinação de fatores. Dessa forma, como a alta do dólar e questões climáticas, que impactam diretamente os custos de produção.
Ele ressaltou que o aumento de preços será um reflexo de ajustes nos custos de produção, que foram acumulados no final de 2024. Segundo Milan, essas mudanças nas tabelas de preços devem continuar impactando o bolso do consumidor nos próximos meses.
Inflação de alimentos
Apesar dos aumentos, a inflação de alimentos não afetou de maneira significativa a venda de produtos em 2024. O volume de mercadorias nos supermercados aumentou 3,72% no ano passado. Ainda, superando a previsão do setor de crescimento de 2,5%.
Para Milan, isso ocorreu devido à adaptação dos consumidores, que trocaram de marcas e ajustaram seus hábitos de compra para continuar adquirindo os produtos essenciais. Além disso, fatores como o aumento do emprego, a elevação da renda, o reajuste do salário mínimo e programas como o Bolsa Família ajudaram a impulsionar as vendas, mesmo em um cenário inflacionário.
No entanto, nem todos os produtos apresentaram uma alta expressiva. A cesta reduzida, composta por 12 itens essenciais como arroz, café, feijão, leite e óleo de soja, teve uma variação de 0,71%, subindo de R$ 325,43 em dezembro de 2024 para R$ 327,70 em janeiro deste ano. Esse aumento foi bem menor do que o da cesta ampliada, que inclui uma gama mais extensa de itens de consumo diário.
Previsão para o ano de 2025
A previsão para 2025, de acordo com a Abras, é que o consumo das famílias cresça 2,70%, mas em um ritmo mais moderado. Dessa forma, considerando a persistência da inflação alta.
Milan também destacou que, além da inflação, fatores como o aumento da taxa básica de juros, dos combustíveis e a expectativa de desaceleração no mercado de trabalho vão impactar o ritmo de compras nos supermercados.
Implementação de recursos
Para tentar mitigar os impactos da inflação no bolso dos consumidores, a Abras está em negociações com o governo para implementar medidas como a redução das taxas do voucher alimentação. Milan enfatizou, no entanto, que a proposta está em debate, mas não haverá uma solução imediata para a questão.
Em resumo, a inflação de alimentos e itens de consumo básico não deverá dar trégua em 2025. E, assim, os consumidores precisam se preparar para mais aumentos, que deverão continuar afetando o poder de compra.
O cenário econômico, com alta do dólar e aumento dos custos, seguirá pressionando os preços. Contudo, o setor supermercadista busca alternativas para minimizar os efeitos no bolso do brasileiro.