Desaceleração Industrial

Produção industrial tem queda nos últimos meses de 2024

A indústria brasileira apresenta desaceleração com queda acumulada de 0,8%, embora tenha crescido 3,2% ao longo do ano.

Produção industrial tem queda nos últimos meses de 2024

A indústria brasileira enfrentou uma desaceleração em novembro de 2024, com o desempenho do setor apresentando uma retração acumulada de 0,8% nos dois últimos meses do ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O gerente da pesquisa, André Macedo, destacou em reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico que a “clara perda de intensidade” da atividade industrial no quarto trimestre, refletindo a fraqueza nas taxas de produção de vários segmentos da economia.

Em novembro, a produção industrial brasileira registrou uma queda de 0,6% em relação a outubro. Apesar de a mediana das estimativas de 24 instituições financeiras apontarem para uma queda de 0,7%, o desempenho foi ligeiramente superior às expectativas do mercado. Já em outubro, o retrocesso havia sido de 0,2%, o que gerou uma desaceleração acumulada de 0,8% nos últimos dois meses.

Em comparação com o mesmo mês de 2023, a produção industrial apresentou um avanço de 1,7%, superando a mediana das previsões de alta de 1,3%. No entanto, a produção industrial acumulada no ano de 2024 alcançou um crescimento de 3,2%, superando o desempenho de 2023, quando o crescimento foi de apenas 0,1%.

Categorias e segmentos impactados

As quatro grandes categorias da indústria brasileira apresentaram retrações em novembro, com destaque para os bens duráveis, que caíram 2,1% na comparação com outubro, embora ainda tenham registrado uma alta de 19,5% no comparativo anual. A produção de bens de capital também registrou uma perda de 1,7% em novembro, embora tenha avançado 14% em relação ao mesmo mês do ano passado.

A produção de bens intermediários, que representa cerca de 55% da indústria, recuou 0,7% na comparação com outubro, enquanto a produção de bens semi e não reforçados viu uma diminuição de 2,8%, com um desempenho anual também negativo, de -2,7%.

Expectativas e perspectivas para 2024

De acordo com o IBGE, a indústria brasileira está 15,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. No entanto, o setor está 1,8% acima do patamar observado antes da pandemia, em fevereiro de 2020, o que reflete uma recuperação parcial. Para Macedo, as perspectivas para o setor no fechamento de 2024 são contrastantes: “Enquanto o desempenho de 2024, com crescimento de 3,2%, mostra um quadro positivo para o ano, o fim do período apresenta sinais de enfraquecimento no ritmo da produção industrial”.

Impacto no mercado de trabalho e no crescimento setorial

O gerente do IBGE também destacou o impacto positivo do mercado de trabalho, com uma redução na taxa de desocupação e uma melhoria nas condições de emprego. Esse fator contribui para o crescimento industrial, que, embora tenha mostrado uma desaceleração nos últimos meses, ainda apresenta um saldo positivo para o ano.

“São duas coisas distintas: o consolidado do ano e o ritmo que está encerrando o ano”, afirmou Macedo. Se o crescimento de 3,2% se mantiver até o final de 2024, esse seria o maior crescimento desde 2021, quando o Brasil experimentou um aumento de 3,9%, após uma queda de 4,5% em 2020, devido aos impactos da pandemia.

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