![poupanca cofrinho cofre moeda 0710202081 poupanca cofrinho cofre moeda 0710202081](https://uploads.guiadoinvestidor.com.br/2024/06/AAwARo0k-poupanca_cofrinho_cofre_moeda_0710202081-1024x512.avif)
- MP-SP autorizou pagamento retroativo de até R$ 1 milhão para 1.900 servidores, impactando em mais de R$ 1 bilhão
- A bonificação visa recompensar servidores que assumiram mais processos do que a cota usual, conforme normativa do CNMP
- A medida, que não segue o teto salarial, gerou críticas sobre o impacto financeiro e os “penduricalhos”
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) autorizou o pagamento retroativo de um benefício extra a cerca de 1.900 procuradores e promotores da Justiça paulista, que pode variar de R$ 400 mil a R$ 1 milhão para cada servidor.
Essa verba, chamada de “compensação por assunção de acervo”, tem o objetivo de remunerar aqueles que assumiram uma carga de processos além da sua cota usual. Com o pagamento retroativo referente ao período de janeiro de 2015 a agosto de 2023, o impacto financeiro total pode superar R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
O benefício extra
A bonificação foi autorizada com base em uma normativa do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de maio de 2022, que regulamentou o pagamento de compensações para servidores que assumiram carga extra de trabalho. Assim, como é o caso da “compensação por assunção de acervo”.
A medida é uma forma de reconhecimento e recompensa por parte do MP-SP aos servidores que lidaram com um volume maior de processos judiciais. Além da quantidade que normalmente lhes seria destinada.
De acordo com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo, O MP-SP autorizou a verba extra por meio de um ofício interno de segunda-feira (3), mas ainda não definiu a data do desembolso.
O MP-SP afirmou que os cálculos foram concluídos para parte do período e que o repasse ocorrerá gradualmente, conforme a disponibilidade orçamentária.
Apesar disso, o impacto financeiro para os cofres públicos já é substancial.
Impacto financeiro
Com valores que podem variar entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão por servidor, o total de bonificações pode ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão. Dessa forma, considerando que cerca de 1.900 procuradores e promotores se beneficiarão da medida.
A decisão já gerou debates sobre o impacto de “penduricalhos” nos salários de servidores públicos, um tema sensível no cenário fiscal atual.
Essas bonificações não se enquadram como remuneração ordinária e, portanto, não estão sujeitas aos limites do teto salarial do funcionalismo público, que atualmente é de R$ 46,3 mil mensais.
Esse tipo de verba extra é frequentemente criticado, pois permite que servidores públicos recebam valores muito acima do teto estabelecido. Assim, criando o fenômeno dos “supersalários”.
A regulamentação e críticas
O pagamento de penduricalhos, como é o caso da compensação por assunção de acervo, tem gerado controvérsias, principalmente no que diz respeito à transparência e aos altos valores envolvidos.
“Pendricalho” refere-se a pagamentos extras a juízes e membros do Ministério Público, que, por não serem salários, escapam de cortes e ajustes para se adequarem ao teto do funcionalismo.
A regulamentação do pagamento desses valores foi estabelecida pelo CNMP em 2022. Mas, a questão ainda é motivo de questionamentos tanto no setor público quanto no privado.
A justificativa para o pagamento é o alto volume de trabalho assumido por alguns procuradores e promotores. Mas, o impacto financeiro das bonificações gerou críticas, especialmente em um momento de restrição fiscal no país.
Repercussão e próximos passos
A autorização do pagamento retroativo de compensações está gerando uma ampla repercussão, principalmente pela magnitude dos valores envolvidos. Além disso, a decisão reflete um cenário em que a remuneração de servidores públicos segue sendo um tema delicado em meio a debates sobre a justiça fiscal. Além dos limites para os salários do funcionalismo.
O MP-SP afirmou que o pagamento será gradual, conforme a disponibilidade orçamentária, mas o impacto imediato é significativo.
A medida também coloca em evidência a necessidade de uma maior discussão sobre o controle de gastos públicos. Além da transparência no uso de recursos financeiros, principalmente quando se trata de verbas extras que fogem aos limites tradicionais de salários.