- O salário mínimo de 2025 no Brasil é de R$ 1.518, equivalente a US$ 251, metade do valor que chegou a alcançar em 2012, quando foi de US$ 506
- Em comparação com o governo Lula e Dilma, o salário atual reflete uma perda significativa de poder de compra, especialmente em relação a produtos indexados ao dólar
- A partir de 2025, o reajuste do salário mínimo será limitado a 2,5% acima da inflação, o que pode não recuperar a desvalorização histórica
O salário mínimo de 2025 no Brasil, estabelecido em R$ 1.518, corresponde a US$ 251, uma cifra que reflete uma perda considerável de poder de compra quando comparado aos seus melhores momentos históricos em relação ao dólar.
O valor atual equivale a metade do que o salário mínimo chegou a valer em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff, quando o montante alcançou US$ 506, em valor atualizado pela inflação dos Estados Unidos.
Esse número, que foi um marco de paridade cambial, evidencia a deterioração do poder aquisitivo do brasileiro. Especialmente considerando o custo de produtos com preços atrelados à moeda americana.
Governo Lula
A comparação com o início do governo Lula também revela um panorama desolador. Em abril de 2006, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o salário mínimo já havia ultrapassado os US$ 251 atuais. E, permaneceu acima desse patamar durante o segundo mandato de Lula (2007-2010), alcançando, em dezembro de 2010, US$ 441 – também com valor corrigido pela inflação dos EUA.
Ou seja, mesmo no final do segundo mandato do petista, o poder de compra dos brasileiros era muito superior ao que se observa hoje.
Para entender melhor essa defasagem, é necessário considerar que o salário mínimo brasileiro, para ter o mesmo poder de compra que tinha no auge do governo Dilma, precisaria ser de R$ 3.056. Assim, com base na cotação do dólar em relação ao real de 16 de janeiro de 2025.
Isso mostra uma perda significativa no valor do salário, refletindo a perda de competitividade do Brasil em relação a outros países. Especialmente quando se trata de compras internacionais, como as feitas em sites de comércio eletrônico de outros países.
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Comparativo
O comparativo entre o salário mínimo de 2025 e os valores passados leva em consideração três critérios: o dólar nominal (taxa de câmbio do mês), o dólar atualizado (dólar ajustado pela inflação dos EUA) e a atualização do valor do salário mínimo pelo IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Dessa forma, que reflete a inflação brasileira.
A pesquisa revela que, ao converter o salário nominal de fevereiro de 2012 pelo câmbio da época, o salário mínimo foi de US$ 364. Assim, representando uma alta de 45% em relação ao valor de 2025. Porém, já em dezembro de 2012, o valor caiu para US$ 304,4. Em 2024, o salário mínimo converteu-se para US$ 228, o menor valor desde 2021.
Política de reajustes
A partir de 2025, a política de reajustes será definida por uma nova fórmula. Antes, o reajuste do salário mínimo era atrelado à inflação medida pelo IPCA, com aumentos acima da inflação sendo comuns. Contudo, no novo modelo, o reajuste passará a ser, no máximo, 2,5% acima da taxa da inflação.
Esse novo formato de correção, embora ainda ajuste o salário mínimo para os níveis reais, não será suficiente para recuperar a desvalorização do poder de compra em relação ao dólar. Dessa forma, o que impacta diretamente na qualidade de vida da população.
Nas administrações pós-Fernando Henrique Cardoso, o salário mínimo brasileiro teve aumentos superiores à inflação. Exceto durante o governo de Jair Bolsonaro, que não implementou reajustes que superassem a variação do IPCA.
O valor do salário mínimo em reais, por sua vez, atingiu o maior nível desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Apesar da valorização nominal, o poder de compra do trabalhador brasileiro em relação ao dólar não se recuperou.
Portanto, o salário mínimo de 2025, apesar de ser o maior já registrado em valores nominais, representa um sinal claro da perda de poder aquisitivo dos brasileiros. Principalmente, quando comparado aos valores históricos que o salário já alcançou em relação ao dólar.
Esse cenário coloca em evidência a necessidade urgente de políticas públicas que visem a recuperação do poder de compra da população. Sobretudo em tempos de crescente globalização e custos internacionais cada vez mais presentes na economia doméstica.
