- O Brasil registrou 278.299 focos de incêndio em 2024, um aumento de 46,5% em relação ao ano anterior, marcando o maior número desde 2010
- A região amazônica foi a mais afetada, com 140.346 focos, o maior índice anual desde 2007, agravando as preocupações ambientais globais
- Apesar dos esforços do governo e da ministra Marina Silva, o combate aos incêndios continua sendo um grande desafio, exigindo ações mais eficazes para preservar os biomas
O Brasil encerrou o ano de 2024 com 278.299 focos de incêndio, um aumento alarmante de 46,5% em comparação a 2023. Ainda, quando foram registrados 189.901 incêndios.
Os dados são do sistema BDQueimadas, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que acompanha o monitoramento de queimadas e focos de incêndio em todo o território nacional.
Este foi o ano com o maior número de focos de incêndio desde 2010, quando foram registrados 269.016 focos. Apesar da significativa elevação nos números, o ano de 2007 continua sendo o mais devastador da série histórica, com 186.463 focos.
O crescimento da preocupação ambiental
O bioma da Amazônia foi o mais afetado pelos incêndios em 2024, somando 140.346 focos. Contudo, o que representa 50,4% do total de incêndios no Brasil.
Esse aumento é ainda mais alarmante quando se considera que a maior parte desses incêndios ocorreu em áreas de floresta tropical, que desempenham um papel crucial no equilíbrio climático global.
A quantidade de focos de incêndio na Amazônia em 2024 corresponde ao maior índice anual de queimadas desde 2007. Quando o INPE registrou 186.463 incêndios na região.
É importante destacar que o número de incêndios na Amazônia de 2024, de 140.328 focos, ultrapassou o recorde do século. Dessa forma, colocando a situação da região em um patamar crítico.
O aumento do número de incêndios não ocorre de forma isolada, mas é um reflexo de uma combinação de fatores. Como o desmatamento, o clima seco e as práticas ilegais de queimadas para o uso da terra, como o avanço da agropecuária.
A situação tem gerado preocupação tanto em nível nacional quanto internacional. A preservação da Amazônia é vista como uma prioridade para o combate às mudanças climáticas. Assim, já que a região é responsável por absorver uma parte significativa do dióxido de carbono presente na atmosfera.
O aumento das queimadas pode agravar a situação da mudança climática, impactando a biodiversidade. Além de ser prejudicial totalmente o clima local e global e comprometendo os esforços de preservação.
O Cerrado e os outros biomas
Embora a Amazônia tenha sido o bioma mais afetado, o Cerrado também apresentou números preocupantes. Em 2024, registraram-se 81.468 focos de incêndio no Cerrado, correspondendo a 29,3% do total no Brasil.
O Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do Brasil, devido ao desmatamento e ao uso do fogo por atividades agropecuárias.
Além da Amazônia e do Cerrado, outros biomas, como a Caatinga e o Pantanal, também têm enfrentado incêndios, mas com números menores em comparação aos dois primeiros.
A combinação de práticas ilegais, mudanças climáticas e a falta de fiscalização tem sido um desafio constante para o controle dos incêndios em várias partes do país.
A gestão de Marina Silva
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, tem sido uma figura central no enfrentamento dos incêndios e no debate sobre o uso sustentável da Amazônia.
Ela assumiu o cargo novamente em janeiro de 2023, após um período em que o Brasil enfrentou um agravamento das queimadas, especialmente nos anos de 2019 e 2020.
Sob sua liderança, o governo tem adotado medidas para combater a devastação, como o fortalecimento da fiscalização ambiental. Além do apoio a ações de combate ao fogo e a criação de áreas de proteção ambiental.
No entanto, os números de 2024 indicam que os desafios para a redução de incêndios e do desmatamento continuam sendo enormes.
Apesar da intensificação das políticas contra as queimadas, o Brasil enfrenta fatores climáticos, econômicos e políticos que dificultam ações eficazes a longo prazo.
Além disso, a pressão internacional sobre o Brasil para adotar medidas mais rigorosas no combate às queimadas e no controle do desmatamento tem sido uma constante.