Rombo na estatal

Sob Lula, Correios se torna insolvente e tem prejuízo recorde

A estatal enfrenta o maior déficit da sua história no governo Lula, com medidas de contingenciamento para evitar colapso financeiro.

Foto/Reprodução: Lula foto oficial
Foto/Reprodução: Lula foto oficial | Foto/Reprodução: Lula foto oficial
  • Os Correios registraram um prejuízo de R$ 2 bilhões de janeiro a setembro de 2024, o maior da história da estatal, com risco de insolvência
  • A estatal implementou um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões e suspendeu contratações terceirizadas, buscando evitar a falência e equilibrar suas finanças
  • Os Correios atribuíram o déficit à gestão anterior e abriram concurso público para 3.511 vagas, apesar das dificuldades financeiras

Os Correios enfrentam uma grave crise financeira, com um prejuízo recorde de R$ 2 bilhões no período de janeiro a setembro de 2024, o maior da história da estatal para o período. Caso o ritmo de perdas continue, a empresa pode ultrapassar o déficit de R$ 2,1 bilhões registrado em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff.

A situação financeira dos Correios levou a atual gestão a adotar uma série de medidas para tentar reverter o quadro. Contudo, incluindo um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para o ano e cortes significativos em contratos e contratações.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, indicado pelo grupo Prerrogativas, vinculado ao presidente Lula, tem sido alvo de críticas pela maneira como tem conduzido a estatal. Sua gestão tem sido marcada por uma série de decisões financeiras polêmicas que agravaram a situação da empresa.

Recentemente, os Correios também passaram a enfrentar o risco de insolvência. Contudo, um termo que descreve a possibilidade de a empresa falir e necessitar de resgate financeiro pelo Tesouro Nacional.

Medidas de contenção e teto de gastos

Diante do agravamento das finanças, os Correios estabeleceram um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para 2024, com o objetivo de controlar as despesas e minimizar o déficit orçamentário.

O documento que formalizou a decisão foi colocado sob sigilo e comunicou aos gestores a suspensão de contratações de terceirizados por 120 dias. Assim, um corte de pelo menos 10% nos valores dos contratos em vigor, e o fechamento de alguns acordos, com a prorrogação apenas para os contratos renegociados.

Apesar dessas medidas, os Correios revisaram sua previsão de receita para 2024, que antes era de R$ 22,7 bilhões, agora reduzida para R$ 20,1 bilhões. Mesmo que a estatal execute plenamente o teto de gastos e as ações de contingenciamento, ela ainda prevê um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no próximo ano.

A empresa justificou as medidas como necessárias para evitar a insolvência e garantir a retomada do equilíbrio econômico-financeiro. A solução adotada busca evitar que os Correios entrem em uma situação de falência, com consequências graves para seus funcionários e serviços.

Atribuições e críticas à gestão de Fabiano Silva

A gestão de Fabiano, que assumiu a presidência dos Correios em 2023, marcou-se por decisões que aumentaram os passivos e deterioraram as contas da estatal.

Em um dos episódios mais polêmicos, os Correios desistiram de recorrer de uma ação trabalhista que envolvia um valor de R$ 600 milhões. Dessa forma, impactando diretamente o balanço de 2022. Além disso, a estatal deixou de lado uma ação de cerca de R$ 400 milhões e optou por pagar diretamente os valores exigidos pelos trabalhadores. A falta de ação em processos financeiros significativos contribuiu para o atual cenário de crise.

Outro fator que tem gerado preocupação é a decisão dos Correios de assumir uma dívida de R$ 7,6 bilhões referente ao plano de aposentadoria de seus funcionários, o Postalis. Essa dívida se refere à cobertura de metade do déficit do fundo de pensão dos empregados da estatal, que está sem novos participantes desde 2008.

O governo do presidente Lula, por meio da estatal, optou por arcar com essa dívida, o que também impactou as contas da empresa.

O Impacto das decisões fiscais e a defesa da gestão

Os Correios atribuíram parte do prejuízo atual à gestão anterior, durante o governo de Jair Bolsonaro. A estatal alega que a herança contábil da administração anterior e a política fiscal de aumento de impostos, especialmente a chamada “taxa das blusinhas”. Visto que, dificultou as importações e, consequentemente, as encomendas internacionais.

E, assim, tiveram um impacto direto na queda de receitas. A estatal também citou a redução no número de encomendas internacionais como um dos principais fatores para a diminuição das receitas.

Apesar do rombo financeiro, os Correios abriram um concurso público em 2024 para contratar 3.511 funcionários, com salários que variam entre R$ 2.429,26 e R$ 6.872,48.

A empresa informou que as provas não serão canceladas e que, até o momento, não houve demissões nem rompimento de contratos. No entanto, os analistas e o público em geral seguem atentos às futuras medidas adotadas pela gestão de Fabiano Silva, já que a crise financeira persiste e a solvência da empresa continua em risco.

Em suma, os Correios enfrentam um dos momentos mais delicados de sua história. Contando com um prejuízo recorde e a necessidade urgente de medidas para evitar a insolvência. As perspectivas para o futuro próximo continuam incertas, e a gestão precisa encontrar soluções rápidas para equilibrar as contas e garantir a sustentabilidade da empresa.

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