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Em uma análise do setor financeiro, a XP Investimentos destacou os dados, desempenho e perfil da fintech Nubank, que pode se tornar o maior banco do Brasil.
De acordo com o relatório feito pelos analistas Marcel Campos e Matheus Odaguil, o Nubank é a “ameaça roxa” que em 8 anos de existência já figura entre os maiores bancos do país em número de clientes, mesmo sem possuir agências.
Atualmente, a instituição financeira conta com uma base de 35 milhões de clientes, sendo que apenas em 2020 houve a adição de 13 milhões desse total. Sendo assim, o banco apresenta um ritmo de crescimento de 1 milhão de clientes por mês. Além disso, caso o desempenho seja mantido, o Nubank pode ser capaz de superar o Banco do Brasil (BBAS3), líder nesse assunto com 75 milhões de clientes, até 2023.
Mas não se trata apenas do número de clientes que o Nubank chamou a atenção dos analistas da XP.
Os números do Nubank
A respeito da dimensão digital, o Nubank já lidera com folga em comparação com seus concorrentes. Conforme a corretora, o Nubank conta com 21 milhões de usuários ativos mensais, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4), segundo colocado, registra 11 milhões de usuários.
Ao mesmo tempo, a fintech está dobrando o número de downloads de incumbentes aumentando anda mais essa diferença. E caso o Pix fosse considerado um parâmetro, a instituição seria líder, visto que apresenta 24% de participação nas primeiras 34 milhões de chaves.
Também vale mencionar a parte de pagamentos que, segundo a XP, já deixou um “estrago”. De acordo com os dados do Banco Central do Brasil, a participação de mercado de empréstimos de cartão de crédito rotativo do Nubank no 3T20 foi de 4%. Por outro lado, “todos os operadores incumbentes, exceto o Santander, perderam participação de mercado no período”, disseram os analistas.
Além disso, o seu foco no digital torna os fatores tecnologia e experiência do cliente vantagens comparativas. Uma prova disso, são as constantes atualizações que fazem o app ser bem visto no Google Rankings na percepção dos clientes.
“Para efeito de comparação, a estatal Caixa atualizou apenas 7 vezes a seu app em 2020 (vs. 47x do Nubank).”
XP, via relatório.
Ademais, a fintech também se sai bem no assunto experiência dos clientes. Observando o NPS, uma métrica de lealdade do cliente, a média do setor bancário foi de 23 em 2019. Em seguida, o Banco Inter (BIDI11) se destacou com um NPS de 57 no mesmo período. O Nubank, por outro lado, atingiu um NPS de 87, muito superior aos demais.
“Finalmente, tecnologia e escalabilidade significam despesas mais baixas. Por meio de tecnologia e escalabilidade digital, o Nubank atingiu o menor custo de atendimento observado no setor.”
XP, via relatório.
Em contrapartida…
O Nubank ainda não se tornou lucrativo. No primeiro semestre de 2020, a fintech teve um prejuízo de R$ 95 milhões, sendo uma redução de 32% sobre o também prejuízo de 2019. No ano inteiro, houve um prejuízo de R$ 230 milhões que representou uma diminuição das perdas em 26%.
Ainda assim, os analistas acreditam que “a mudança pode sugerir que o Nubank é capaz de alavancar operacionalmente e / ou desfrutar da rentabilidade de clientes antigos”, mesmo com poucos dados disponíveis a respeito.
Também enxergam isso os investidores que fizeram um aporte de US$ 400 milhões na fintech em janeiro desse ano. Entre os investidores, grandes nomes como: o GIC (fundo soberano de Singapura); o Whale Rock, hedge fund de Boston; a Invesco, gestora que administra US$ 1,3 trilhão; e ainda as empresas Tencent, Dragonner, Ribbit Capital e Sequoia, que já tinham investido em outra ocasião (saiba tudo aqui).
A “ameaça roxa” pode aumentar”?
Na visão dos analistas da XP Investimentos, sim. Para isso, foram considerados os seguintes fatores:
- Crédito: O banco deve expandir sua própria carteira e pode fazer parcerias para oferecer outros empréstimos a seus 33 milhões de clientes.
- Investimentos: Nubank comprou a Easynvest em 2020 e deve aumentar os R $ 24 bilhões de AuA e 1,5 milhão de clientes da corretora após a aprovação da integração do Banco Central.
- Seguro: Uma parceria feita em 2020 com a CHUB deu início à operação de seguros da Nubank.
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