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O Correspondente Bancário será a agência do futuro

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No ano passado, o Banco Central divulgou que 43,4% (2.427) das cidades brasileiras não possuem agências bancárias.

O movimento de redução de espaços físicos de bancos vem crescendo desde 2016 com o processo de digitalização do sistema financeiro, ganhando força em 2020 com a pandemia de Covid-19.

Com o distanciamento social e os cuidados contra o vírus, os clientes passaram a usar ainda mais os canais remotos dos bancos, disponíveis via aplicativos em celulares e tablets ou pelo internet banking, acesso pelo navegador do computador. Mas não foi somente isso que possibilitou aos bancos fecharem algumas portas.

Por mais que tenha diminuído a necessidade de contato 1×1, muitos clientes ainda precisam de atendimento presencial e é aí que entra o correspondente bancário. Por isso, podemos afirmar que o Corban será a agência do futuro.

A oferta de serviços por correspondentes bancários foi a solução encontrada para evitar que muitos brasileiros não fiquem sem atendimento, seja para assistência presencial ou por não terem acesso à internet.

Além de empréstimos e financiamentos, os bancos disponibilizam por esse canal serviços básicos como abertura de conta, solicitação de cartão de crédito, pagamento de boletos e saques de benefícios disponibilizados pelo governo.

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Ampla presença e novo modelo de empréstimo

Os correspondentes bancários estão presentes em 5.570 cidades segundo levantamento feito pelo Banco Central, o que representa ao menos um correspondente por município brasileiro.

Acredito que o Corban tem uma grande oportunidade de crescimento, não só pelo aumento da demanda por seu atendimento, mas também pelo avanço do mercado.

Em termos de produto, o correspondente bancário movimentou cerca de 100 bilhões de reais em crédito no ano de 2021, o que representa 40% do mercado. Com a disponibilização do empréstimo de saque antecipado do FGTS, a previsão é que eles passem a movimentar mais de 400 bilhões de reais.

No final de 2021, o Banco do Brasil anunciou que firmou um acordo com a administradora de correspondentes bancários e passará a vender seguros por meio desse canal.

Quanto aos bancos privados, Itaú e Bradesco são os que mais têm aumentado as ofertas de vendas por correspondentes bancários e fechado agências físicas.

Bancos digitais também miram no correspondente bancário

Alguns bancos digitais já consideram utilizar os canais de correspondente bancário para crescer e alcançar mais clientes. Um exemplo prático de sucesso é o Banco Pan, instituição financeira controlada pelo Banco BTG Pactual S.A. e pela Caixa Participações S.A., que oferece conta digital.

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O Banco Pan optou por serviços presenciais contando com mais de 700 correspondentes bancários distribuídos pelo Brasil, que além da abertura da conta digital também podem oferecer empréstimos e financiamentos.

Essa prática pode ser seguida por outros bancos que já têm experimentado parceria com lojas físicas como estratégia de crescimento. Um exemplo é o C6 Bank, que desde 2020 conta com uma parceria com a Tim, o que atraiu mais de 200 mil clientes ao banco digital em apenas três semanas.

De um lado o banco oferece créditos extra para cada recarga efetuada via aplicativo, do outro a operadora indica em suas lojas a abertura da conta digital para parcelamento de smartphone sem juros e acesso a cartão sem anuidade.

Momento de qualificação e profissionalização

Para aproveitar as oportunidades, o correspondente bancário precisa estar atento às regras e buscar a melhor relação com os bancos contratantes.

A partir de fevereiro de 2022 entrará em vigor a nova regulamentação sobre correspondentes no país, definida pelo Conselho Monetário Nacional.

O foco da instituição é reduzir problemas de conduta relacionados à empréstimos consignados e aprimorar a regulamentação para a função de débito em conta, o que deve garantir mais segurança aos usuários desse canal.

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Essa norma também possibilita aos correspondentes atuarem de forma digital, prática que tem crescido no setor nos últimos anos. Já para as instituições financeiras, garante mais mecanismos de controle e monitoramento sobre a atuação dos correspondentes.

Já observamos um movimento voltado para a melhora no processo, agora é o momento do Corban buscar se qualificar e profissionalizar seu atendimento. Algo que pode contribuir para o sucesso do Corban é a contratação de ferramentas que auxiliam na gestão dos negócios e geram relatórios que podem ser compartilhados com os bancos, garantindo mais segurança e transparência em suas atividades.

  • Ney Pereira é CFO e sócio da 3C Plus, sistema de telefonia que automatiza a discagem e apresenta relatórios que ajudam a melhorar a performance de operações de cobrança, vendas, SAC, e correspondentes bancários.
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