- Fundo Verde inicia posição comprada em real via opções, mas alerta para riscos fiscais;
- A moeda tem fatores macro que devem impulsionar nos próximos meses.
O Verde FIC FIM, um dos maiores hedge funds do país sob comando do gestor Luis Stuhlberger, iniciou alocação comprada em real via mercado de opções em maio, segundo carta mensal na qual apontou, contudo, que “reiteradas ameaças ao combalido arcabouço fiscal” do país por medidas eleitoreiras colocam pressão nos prêmios de risco. As informações são da agência Reuters.
O fundo avaliou que, num mundo que demanda “novos equilíbrios”, o Brasil se beneficia no curto prazo da valorização dos preços das commodities e do ciclo mais adiantado de aumento de juros, mas em meio a incertezas fiscais.
Já para Eduardo Cotrim, gestor de estratégias de juros e moedas da gestora JPG o momento de brilhar da moeda brasileira finalmente está chegando. O cenário é único segundo o gestor, e cria uma margem interessante de valorização para a nossa moeda.
Segundo as afirmações do gestor, lá fora, as principais economias do mundo estão lidando, pela primeira vez em quase 40 anos, com inflação em alta. E o Brasil, embora acostumado com esse tipo de situação, está tendo que enfrentar os efeitos das medidas altamente estimulativas da política monetária, adotadas para ajudar a economia na pandemia.
“Temos tido muitas surpresas de inflação e isso tem atrapalhado bastante, a gente não consegue ter um call diante dos preços atuais”, diz Cotrim.
Ele conta que começou o ano com uma estratégia que consistia em tomar juros no Brasil e apostar na valorização do dólar contra o real. Mas, com o Fed prometendo um duro ciclo de alta dos juros logo no começo do ano e a Rússia invadindo a Ucrânia, ele e seus colegas tiveram que reavaliar as posições e premissas.
Diante desse cenário atual, Cotrim está com uma visão favorável ao real. Segundo ele, mesmo com o dólar voltando a ser cotado na casa dos R$ 5,00, depois de ficar abaixo de R$ 4,60 no começo de abril, a moeda brasileira tem potencial de se valorizar frente à divisa americana, graças aos juros altos no Brasil e a alta dos preços das commodities.
“Tem o risco de o dólar forte ficar forte demais lá fora, com o real desvalorizando um pouco, tem alguma possibilidade de ruídos pré-eleição”, diz Cotrim. “Mas, de maneira geral, a gente acredita que, nessa região de R$ 5,15 a R$ 5,30, parece ser mais interessante você ter real na sua carteira, com esse juros que a gente tem, do que ter dólar.”
Mesmo diante do cenário atual, a JGP vem conseguindo lidar com as dificuldades. No acumulado do ano, o JGP Strategy, principal fundo entre os multimercados da gestora, registra alta de 4,79%.
NÃO DURMA NO PONTO!
Receba as notícias mais quentes do mercado em primeira mão no seu Telegram:
ATIVAR AGORA!
Nossas redes: