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As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) acumularam quedas recentemente devido a movimentos de mercado, incertezas políticas e variações no Petróleo. Motivos não faltaram para as quedas, mas otimistas ainda olham para as quedas como uma oportunidade para entrar em uma ação que ainda possui muito valor.
Se você está no time que enxerga o copo meio cheio, pode querer escutar o mais recente aviso da Órama Investimentos, que ponderam que os riscos para as ações da Petrobras, estão maiores que a oportunidade de mercado.
Para os analistas da Órama, a Petrobras atual é uma empresa focada em extração em águas profundas – o pré sal – com um dos custos de produção mais baixos do planeta, na casa dos 4 dólares por barril. A Petrobras de hoje é resultado de um trabalho longo e árduo iniciado no governo Temer, com a entrada do renomado executivo Pedro Parente na estatal. Parente pegou uma companhia com endividamento altíssimo e muitas frentes de negócio pouco lucrativas abertas, e deu início à reversão desse quadro.
Tivemos a venda de muitos ativos, como por exemplo distribuição, gasodutos e até mesmo refinarias. O recurso foi utilizado para reduzir endividamento e investir no pré sal – o negócio em que a empresa tem um real diferencial competitivo.
Por fim, os analistas apontam 4 pontos de uma possível nova gestão da Petrobras no governo Lula, para você estar de olho e entender o momento ideal para comprar ações da petroleira:
Índice de conteúdo
1 – Política de investimentos menos criteriosa e menos focada em retorno
A Petrobras anterior tinha um portfólio muito maior de investimentos, em diferentes setores do negócio de petróleo, com retornos que tradicionalmente ficavam bem abaixo do que é praticado no setor privado. Um bom exemplo é a refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco. A Refinaria, que foi orçada em R$ 12 bilhões, acabou custando R$ 101 bilhões. A obra atrasou 3 anos, e a refinaria foi entregue sem atender completamente às especificações iniciais.
2 – Alteração na política de preços da Petrobras, abandonando a paridade internacional
Durante o governo Dilma, a Petrobras apurou prejuízos recorrentes, enquanto vendia a sua produção abaixo do preço praticado no mercado internacional. O combustível subsidiado contribuiu para manter a inflação sob controle. Em contrapartida, a prática trouxe enormes perdas para a companhia. A política atual de preços da Petrobras foi formalizada tendo em vista evitar esta situação, e os presidentes têm seguido a política com razoável diligência. Um retorno ao combustível subsidiado pela Petrobras certamente traria perdas financeiras robustas para a Petrobras.
3 – Aumento nas despesas gerais (SG&A)
A Petrobras organizou alguns programas de demissão voluntária nesse período (PDVs), desligando dezenas de milhares de funcionários. Estes cortes de custo foram importantes para retornar a companhia para o positivo, e hoje a Petrobras é mais eficiente, funcionando adequadamente com um quadro menor. Podemos ver mais contratações de pessoas e serviços nesta nova gestão, inflando as despesas da Petrobras.
4 – Maior participação do Governo nos acordos de compartilhamento de produção
Com a descoberta do pré sal, o governo instituiu novos mecanismos de cessão de direitos exploratórios. Até então, o regime prevalente era o da concessão, em que o Estado é remunerado em dinheiro pela cessão, que é feita através de processo competitivo – leilão. Foi instituída em 2010 a partilha – um processo também competitivo, que remunera o Governo em barris de petróleo a serem extraídos do campo, ao invés de recursos financeiros. Tivemos ainda a cessão onerosa – este um processo não competitivo. Através da cessão onerosa, a Petrobras adquiriu o direito de explorar até 5 bilhões de barris do pré sal, com a contrapartida de um aumento na participação societária do Governo na empresa, através de uma emissão. Outros arranjos e termos de troca podem ser oferecidos no futuro, com os anteriores podendo também ser revistos, podendo gerar perdas à estatal.
A sinalização do novo Governo vem sendo dada nesta direção, de uso da Petrobras como instrumento de políticas públicas. Vemos, na possibilidade da adoção de algumas, ou todas as práticas listadas, uma perspectiva de deterioração dos números da Petrobras, e com isso recomendamos a saída do papel.
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