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Prepare-se para queda: o mar não está para peixes

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Quem é leitor fiel do Guia do investidor já está mais que ciente que o momento atual do mercado não é dos melhores. As crises inflacionárias ao redor do mundo está fomentando a apreensão e o risco nos mercados globais, e isso e traduz diretamente em menos investidores dispostos a tentarem pescar os “grandes” peixes na bolsa de valores.

No entanto, você deve se preparar para o pior: segundo Aswath Damodaran, professor de finanças da New York University, a situação não deve melhorar tão cedo.

A “brutal” desvalorização dos ativos vista na primeira metade do ano deverá se prolongar, porque o aumento da inflação tolheu o poder de ação dos bancos centrais e dos governos. Damodaran especula porque a correção, esperada havia tanto tempo, está acontecendo agora e até onde pode ir à retração.

“Praticamente tudo o que estamos vendo acontecer nos mercados pode ser explicado como uma fuga do capital de risco,” diz o professor. “Compreender a magnitude dessa fuga e colocá-la em perspectiva histórica é essencial para avaliar o que virá em seguida.” Será uma correção temporária, como a de 2020, ou o tombo será mais duradouro, como em 2001 em 2009? “Eu não tenho bola de cristal, mas meu palpite é que será o segundo cenário, porque a inflação neutralizou os bancos centrais e os governos.”

Em sua análise, ele utiliza três parâmetros para medir o volume de dinheiro alocado em capital de risco: investimentos em venture capital, IPOs e emissões de dívida high-yield. Ademais, em 2020, o capital de risco se manteve resiliente em meio ao choque inicial causado pela pandemia.

O mercado em 2022

Em 2022, o movimento tem sido outro. Na primeira metade do ano, houve uma queda nos três indicadores, embora a redução em venture capital tenha sido menor. A razão para isso é a inflação elevada e os juros em ascensão. O aumento disseminado no custo de vida não é como o vírus da covid, que pode ser enfrentado com vacinas, afirma Damodaran. “Não há conserto instantâneo para a inflação.

Além do mais, nem os BCs, nem os governos poderão dar os estímulos aplicados em 2020 e poderão inclusive tomar ações que piorem a situação, em vez de melhorá-las, para o capital risco.” Damodaran observa que, entre janeiro e junho, o prêmio de risco do S&P500 subiu de 4,24% para 6,43%, e a taxa dos Treasuries de 10 anos subiu de 1,5% para 3%.

Com a fuga do capital de risco, a desvalorização foi mais intensa para as empresas com lucros negativos e de alto crescimento, além dos segmentos de private market. Damodaran conclui dizendo que a queda nos ativos, apesar de dolorida, terá ao menos um efeito positivo: dará um choque de disciplina nos investidores, depois de anos seguidos de vida fácil com os juros próximos de zero.

“Isso vai soar cruel, mas uma queda prolongada poderá ser saudável tanto para os investidores como para as empresas, porque uma década de dinheiro fácil para o capital de risco nos deixou descuidados e preguiçosos,” […]. “O sofrimento, porém, será real. E antigas lições precisarão ser aprendidas novamente.”

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