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Produtos à base de cannabis medicinal têm se mostrado alternativa aos opiáceos para tratamento de dor crônica

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Especialistas alertam que o Brasil pode trilhar o mesmo caminho da “crise dos opioides” dos Estados Unidos. Mais de 100 mil americanos morreram de overdose em 2021

Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), cerca de 60 milhões de pessoas sofrem de dor crônica no país, seja por doenças primárias ou secundárias, a exemplo da fibromialgia, artrose e enxaqueca. Segundo dados da Anvisa, só no primeiro semestre de 2021, foram comercializadas 14 milhões de embalagens de analgésicos à base de opiáceos, narcóticos naturais ou sintéticos com efeitos analgésico e sedativos potentes. A morfina é a mais antiga e conhecida. O fentanil, por sua vez, é cem vezes mais potente que a morfina. São medicamentos que estimulam o cérebro e aliviam a dor.

Nos últimos seis anos, a agência sanitária contabilizou um aumento de 465% nas prescrições com esses fármacos. Segundo estudo da Fiocruz, divulgado em 2019, cerca de 4,4 milhões de brasileiros já fizeram uso ilegal (sem prescrição médica) de algum opiáceo.

“Apesar da redução da dor intensa, os opiáceos são altamente viciantes, trazem uma sensação de euforia e podem levar, inclusive, à morte por overdose e depressão respiratória. Por esse motivo, contar com fitofármacos à base de canabinoides, com potencial no tratamento da dor crônica, sem esses graves efeitos colaterais, é uma alternativa muito relevante”, explica o neurologista Dr. Gabriel Michelli, gerente médico da Health Meds, indústria farmacêutica de fitocanabinoides.

Nesse contexto, pesquisas com cannabis medicinal para doenças que causam dor crônica, a exemplo da fibromialgia, artrose, enxaqueca, dor neuropática (causada por lesão direta do sistema nervoso central ou periférico), tem ganhado atenção como alternativa de tratamento, no uso compassivo, com bons resultados.

“Temos estudos realizados em centros de pesquisa renomados nos Estados Unidos, Austrália e vários países da Europa. Destaco o estudo sobre dor crônica realizado pelo Dr. Mick Serpel e equipe, em 128 pacientes, com dor neuropática refratária ao tratamento convencional, realizado em 41 hospitais na Europa e no Canadá. Mostraram redução de pelo menos 30% da dor com significância estatística. No Brasil, além da UFRJ, a dor crônica tem sido estudada na USP Ribeirão Preto e também na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)”, comenta o médico.

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Outra pesquisa apontada pelo neurologista como referência de resultados benéficos para os pacientes com dor crônica é o

“Registro de cannabis medicinal do Reino Unido: uma análise dos resultados clínicos da terapia com cannabis medicinal para condições de dor crônica” publicado este ano no Expert Review of Clinical Pharmacology.

Já segundo o estudo transversal “Legalização da maconha medicinal e resultados relacionados a opioides e dor entre pacientes recém-diagnosticados com câncer recebendo tratamento anticancerígeno”, publicado no jornal Jama Newtwork, no último 1º de dezembro, destacou uma redução relativa de 5,5% a 19,2% no taxa de distribuição de opioides, entre 2012 e 2017, onde a cannabis medicinal havia sido legalizada. Foram pesquisados 38.189 pacientes com câncer de mama recém-diagnosticado, 12.816 com câncer colorretal e 7.190 com câncer de pulmão.

Michelli chama a atenção para a relevância de pesquisa e do acompanhamento médico. “A qualidade das formulações com diferentes dosagens de CBD e THC, fazem toda a diferença. No nosso caso, temos focado também nos canabinoides menores, como o canabigerol. O médico, a partir do perfil do paciente, poderá prescrever com segurança o produto que será mais adequado à sua condição”, destaca Michelli.

“É muito importante ressaltar que os produtos desenvolvidos à base de fitocanabinoides não curam a doença. Mas trazem alívio de forma eficaz e segura, uma vez que em doses adequadas não são comumente associados a efeitos adversos habitualmente vistos em outras classes terapêuticas, como constipação, tremor, confusão mental e depressão respiratória”, complementa o médico.

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