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A taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira voltou a subir na última reunião do COPOM, e o parecer inicial é que o ciclo de altas ainda não acabou. A “nova taxa” chega a 13,75% ao ano, na sua décima segunda alta consecutiva e assusta investidores que cresceram na bolsa com juros ilusórios, que foi o caso de quem migrou para o mercado de capitais na pandemia. Mas você sabe como “surfar a onda” e manter seus investimentos rentáveis neste complicado cenário?
O Risco em pauta
Primeiramente, precisamos falar sobre as movimentações que explicam o aumento dos juros no Brasil, e esta movimentação se inicia na economia global.
As principais especulações sempre contavam com os nomes da Rússia, Ucrânia e Estados Unidos. Com o risco das operações para a economia destes países, investidores rapidamente se refugiram em países emergentes. Como investidor, entender o movimento não é complicado, afinal, quem gosta de perder dinheiro?
A aversão ao risco é um comportamento comum no mercado, e dita uma série de tendências. A resposta desse fluxo de investidores a novos setores criou uma nova etapa para os investimentos, principalmente em países produtores de elementos essenciais e cíclicos, como commodities.
O aumento da demanda dos investidores por investimentos cíclicos, e a quebra dos ciclos produtivos na Europa graças a sanções trouxeram um rápido aumento de preços em commodities. Ou seja, em outras palavras, forçou o aumento da inflação. Que veio batendo recordes de alta em locais famosos pelo controle econômico, como a zona do Euro e na Economia dos Estados Unidos, que saíram das taxas “zero” nos últimos dias.
A medida de controle
Para os que já estão familiarizados com política econômica, o aumento dos juros era obvio. Afinal, o aumento da Selic é a mais básica ferramenta de controle de inflação.
Considerando que, um juro mais alto onera o consumo e os investimentos, o que retira a circulação de produtos e serviços “cortando pela raiz” os problemas inflacionários. O mercado americano corrige este movimento, com o recente aumento dos seus juros. E se a principal economia mundial puxou a fila, o Brasil não ficaria de fora.
A alta dos juros não é uma boa notícia para o mercado em geral. Afinal, conforme dito, altas taxas deixam o capital mais oneroso. As empresas seguram mais seus investimentos e, por consequência, não devem apresentar grandes disparadas operacionais.
No entanto, o mercado também precifica uma alta nos juros como uma resposta de que “o avião ainda possuiu um piloto”.
O otimismo gerado pelo indício que o cenário inflacionário está sendo corretamente combatido também leva investidores às compras. Um bom exemplo disso são as recentes altas da bolsa brasileira, que alia este sentimento com a temporada de resultados operacionais para “inflar” as compras das empresas que os investidores estão considerando como as mais baratas do mercado.
De olho na renda fixa
Já pelo lado dos investidores mais conservadores, uma taxa de juros alta traz um brilho para a renda fixa, e muitos investidores mais conservadores devem voltar para os confiáveis títulos do tesouro em breve.
Confira abaixo a rentabilidade atual dos principais títulos do tesouro brasileiro:
Já para quem é fã da boa e velha poupança, o cenário não muda muita coisa. Afinal, o investimento “mais seguro” da economia possuiu uma trava quando a taxa básica de juros passa dos 8,5% (exatamente para evitar que os investidores lucrem demais sem risco).
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