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Selic deve subir para 11,50% em 2025, prevê JPMorgan

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  • A equipe econômica do JPMorgan revisou suas previsões para a taxa Selic. Agora projetando um aumento para 11,50% em 2025
  • O banco espera, contudo, que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central implemente quatro elevações de 25 pontos-base nas próximas reuniões
  • Configurando, assim, o que o JPMorgan descreve como um “pequeno ciclo de aperto”

A equipe econômica do JPMorgan revisou suas previsões para a taxa Selic. Agora projetando um aumento para 11,50% em 2025. O banco espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central implemente quatro elevações de 25 pontos-base nas próximas reuniões, configurando o que o JPMorgan descreve como um “pequeno ciclo de aperto”.

Essa revisão representa um ajuste significativo em relação à expectativa anterior de uma taxa terminal de 10,50%. Apesar dessa elevação projetada, o JPMorgan continua prevendo uma redução nos juros no segundo semestre de 2025, com a Selic terminando o ano em 9,50%.

Hoje (02), o Banco Central divulgou, no entanto, as novas projeções no Boletim Focus. Economistas consultados pela autoridade monetária ainda projetam a Selic em 10,50%. No entanto, o JPMorgan e a XP acreditam que o cenário atual sugere a necessidade de revisar essas expectativas, indicando que o mercado pode ajustar a trajetória dos juros com base nas condições econômicas emergentes.

XP prevê alta na Taxa Selic na próxima reunião do Copom

  • O mercado começou a especular dentro das últimas semanas que a taxa Selic deve subir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom)
  • Esta, que está marcada para setembro
  • Para Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, os sinais, no entanto, estão bem claros

O mercado começou a especular dentro das últimas semanas que a taxa Selic deve subir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Esta, que está marcada para setembro.

Para Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, os sinais estão bem claros.

“O BC (Banco Central) tem que subir os juros porque basicamente a gente tem uma economia superaquecida”, disse o profissional em participação no podcast Stock Pickers.

“Somos um dos poucos países que a inflação parou de melhorar e está subindo. A nossa economia está acelerando, mesmo com evento (climático) no Rio Grande do Sul. O PIB deve crescer em torno de 3% de novo. E o mercado de trabalho está muito forte”, complementou Fernando, aos apresentadores Lucas Collazo e Henrique Esteter.

De acordo com Genta, a massa salarial tem apresentado um crescimento substancial, superando significativamente a expansão do PIB. Ele também apontou, que nos últimos 12 meses, a massa salarial aumentou quase 10%. O salário real tem crescido 6% acima da inflação. Nenhuma margem de lucro empresarial consegue suportar esse tipo de aumento, destacou

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Para Genta, essa situação configura um ambiente altamente propenso à elevação da inflação. “Os sinais são evidentes”, observa ele. O especialista também acredita que as declarações recentes do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, após a divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), forneceram as condições necessárias para um possível aumento na taxa de juros. Genta vê essas movimentações como preparativas para um ajuste na política monetária visando controlar os impactos da alta salarial sobre a inflação.

“Muito provavelmente o Galípolo vai ser o novo presidente do Banco Central. E ele está assumindo o protagonismo”, avalia. O economista acredita que o Banco Central enfrenta uma crise de credibilidade e que o novo presidente da instituição terá o desafio de restaurá-la. Genta observa que um aumento na taxa de juros pode ajudar a reconquistar a confiança na autoridade monetária.

“Há desalinhamento da taxa de juros em relação as outras questões que atingem a nossa economia”, comenta. O economista da XP Asset considera que o ideal seria iniciar o corte na Selic com uma redução de 0,50 ponto percentual. No entanto, ele também vê a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual, caso seja necessário para alcançar um consenso entre os membros do Copom.

Preço dos ativos

Ele acredita que, mesmo com um possível aumento dos juros, o favoritismo de Galípolo para assumir o Banco Central não deve diminuir. O economista, no entanto, pensa que Galípolo já discutiu com o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda a necessidade de elevar a Selic.

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Além disso, Fernando Genta vê nas declarações recentes de Lula uma tentativa de evitar conflitos sobre a taxa de juros, indicando, assim, uma possível acomodação no cenário.

“Os preços dos ativos já mostram isso. A gente vê tanto na dinâmica dos juros longos quando do câmbio”, afirma. 

“Quando a gente olha as expectativas da inflação no horizonte relevante do Banco Central, que nesse momento é o primeiro trimestre de 2026, está desancorada (a inflação). Não é o câmbio que vai resolver”, aponta.

Aumento do gasto público

“O problema do Brasil é uma economia superaquecida, processo que começa com a eleição de 2022 (ainda no governo anterior) com aumento muito grande do gasto público, e intensifica com a PEC da Transição. O arcabouço fiscal de certa forma perpetua esse gasto”, ressalta.

De acordo com o economista, as medidas adotadas este ano para conter gastos e aumentar receitas não tiveram impacto significativo na questão dos juros. No entanto, ele prevê um resultado fiscal primário para este ano que superará as estimativas anteriores.

Genta não vê uma melhoria estrutural nas finanças fiscais com base nas medidas já anunciadas pelo governo. Ele calcula que, com o aprofundamento dos ajustes na Previdência e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), o governo poderá economizar até R$ 30 bilhões no próximo ano.

“A Fazenda entrou num jogo muito duro. Eles foram bem dentro da estratégia. Foram ganhando tempo, mesmo sabendo que estariam sendo excessivamente otimistas nas estimativas de receita. O que acontece é que o país cresceu mais”, afirma.

“No ano passado, já não foi o agro [o impulsionador do consumo]. Ano passado foi essa questão das transferências de renda potencializadas pela Selic [que aqueceu a economia]. A gente chega esse ano na mesma situação. A gente chega no juro médio real mais baixo do que ano passado, com o gasto público crescendo na mesma magnitude”, explica.

“Nosso problema é a demanda turbinada. A questão do agro foi um choque de oferta: atividade para cima, inflação para baixo. Isso ficou para trás. Agora, a gente só está com a inflação para cima e a atividade para cima”, acrescenta.

Ele afirma que não seria surpreendente se a Selic aumentar enquanto o Federal Reserve (Fed) reduz os juros nos Estados Unidos.

“Não existe essa sincronia histórica. Tem uma série de casos que eles (BC e Fed) estão na direção contrária”, cita.

Sobre a economia americana, Fernando Genta, no entanto, não vê sinais iminentes de recessão.

“Entendo que a taxa de desemprego está subindo”, pontua. “A economia está desacelerando. O número de vagas ofertadas tem desacelerado bem”, ressalta.

“Mas o PIB cresceu 1,4% no 1º trimestre, 2,8% no segundo. O PIB caminha para crescer 2,5% a 3% no terceiro trimestre”, destaca.  


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