Nos últimos dias, a discussão a respeito de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro ganhou volume tanto nas redes sociais, quanto no Congresso. A novidade sobre o assunto são as cobranças de posicionamento junto aos políticos, indo além dos pronunciamentos públicos vindos da oposição.
Acontecimentos recentes
Em meio à crise de saúde pública em Manaus e a aprovação recente das vacinas Coronavac, do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a CoviShield, da farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford (Reino Unido) em parceria com a Fiocruz, ocorreu uma movimentação nas redes sociais pressionando os políticos a respeito do tema impeachment contra Bolsonaro.
Dentre as pessoas que mencionaram o assunto, por exemplo, estão Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo (Novo), que disputaram a presidência em 2018. Além disso, o Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua, que ganharam notoriedade durante o impeachment contra Dilma Rousseff, também reforçaram o discurso.
Aliás, veio justamente do Vem Pra Rua a criação do site “Adeus Bolsonaro“, com o objetivo de mapear o posicionamento dos políticos sobre a possibilidade de um impeachment contra Jair Bolsonaro. Nesse sentido, há um placar informando quantos nomes são a favor, contra e ainda os casos indefinidos, tanto para a Câmara dos Deputados, quanto para o Senado.
Vale dizer que essa não é a única iniciativa sobre o assunto. Também houve um crescimento notável e recente do perfil “SOS impeachment“, do Twitter, que também atualiza um placar, em uma dinâmica parecida com o site.
De acordo com a pesquisa do Modalmais, as menções negativas ao Governo Federal nas redes subiram de 70% para 73% na sexta-feira (15), um recorde.
Com as pressões vindas das redes sociais, o jornal Folha de São Paulo consultou alguns políticos em Brasília para verificar o impacto no mundo real.
Impeachment: levantamento da Folha
Dentre o grupo ouvido pela Folha, estiveram congressistas de partidos do centro, privilegiando nomes associados ao governo Bolsonaro. Além disso, políticos apoiadores de Dória e outros membros do partido do governador de São Paulo ficaram de fora do levantamento.
Em suma, o jornal aponta que, em resposta a dúvida sobre o desenvolvimento de um impeachment, o discurso “isso não tem chance de acontecer” mudou para “olha, depende”. Nesse sentido, parte dos congressistas aponta o nível reprovação popular como fator determinante.
Além disso, Rodrigo Maia (DEM), em término de mandato como presidente da Câmara, indica que a condução do assunto estará com seu sucessor.
Ele diz isso, pois afirma que o foco do Congresso deverá ser o enfrentamento da crise do Covid-19. Ainda assim, ele também indica que o Congresso deve investigar as falhas na gestão de saúde durante a pandemia, mas no futuro.
“Eu acho que esse tema [impeachment] de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde.”
Rodrigo Maia, em resposta aos repórteres.
Aliado a isso, Maia também afirma que, ainda que inicie o processo, o seu sucessor na presidência da Câmara é quem deverá continuar a condução. Inclusive, Rodrigo Maia mostra apoio ao Deputado Baleia Rossi (MDB-SP), enquanto Bolsonaro apoia o Deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) para a sucessão.
Por fim, vale lembrar que para a aprovação do impeachment, há um longo processo no caminho. Além de passar pelo presidente da Câmara, ainda existe a etapa das comissões e as votações. Na etapa final, são necessários 342 votos na Câmara e dois terços do Senado, ou seja, 54 votos.
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