A Via Varejo (VVAR3) apresentou detalhes de seu plano de integração logística junto aos sellers, entrando na briga entre concorrentes de peso como Magalu, Mercado Livre e B2W, por exemplo.
Antes de mais nada, a companhia pretende fortalecer o seu marketplace, que se tornou um importante fator para melhoria de resultados. Entre janeiro a setembro de 2020, os marketplaces representaram um salto no volume bruto de mercadorias (GMV) de 92,5%, chegando a R$ 2,2 bilhões. Enquanto isso, o GMV total, considerando as operações online e as lojas físicas, atingiu R$ 25,1 bilhões, um crescimento de 15,1%.
Também vale dizer que a Via Varejo (VVAR3), em outubro de 2020, já tinha dado início ao projeto-piloto (Envvias Postagem) onde seus sellers também teriam acesso aos preços de tabela da varejista junto aos Correios, incluindo soluções para problemas relacionados às entregas, seguro em casos de extravios, roubos e avarias, com garantia de ressarcimento.
Dessa vez, a companhia pretende ir além, ofertando sua estrutura logística de 27 centros de distribuição, que somam mais de 1 milhão de m², e suas 1.061 lojas para integração com os sellers em um projeto denominado “Envvias“.
Envvias: estrutura logística para sellers
Conforme o portal NeoFeed, a Via Varejo (VVAR3) vai utilizar a sua estrutura para oferecer um pacote de serviços de logística aos sellers cadastrados nos marketplaces da Casas Bahia e do Ponto Frio.
Sendo assim, o pacote envolverá entrega, fulfillment, logística reversa e coleta de produtos no endereço dos sellers. Aliás, essa operação também inclui a coleta e a entrega itens de maior porte, como geladeiras.
Dessa maneira, a companhia cria condições de reter e incrementar a sua base de sellers, que hoje conta com 8 mil vendedores.
“O que vamos oferecer é a possibilidade desse vendedor pegar carona no fluxo que já acontece no nosso dia a dia. À medida que cai nessa malha, ele passa a participar dessa eficiência e a ter acesso a clientes em todo o País.”
Sergio Leme, vice-presidente administrativo e responsável pela logística da Via Varejo.
Dentre os pontos fortes da estratégia, estão as 500 lojas da empresa que funcionam como mini-hubs. Em outras palavras, essas lojas funcionam como postos avançados para agilizar as entregas. Nesse sentido, Sérgio Leme, vice-presidente administrativo e responsável pela logística da Via Varejo, pretende aumentar a capilaridade, abrindo mais de 100 unidades nesse ano.
Além disso, a boa distribuição entre cidades da capital e interior é vista como um fator para atrair, sobretudo, pequenos e médios sellers.
“Vamos usar essa estrutura já azeitada para atrair o mar de pequenos e médios sellers, para quem esse modelo faz mais sentido.”
Sergio Leme para o portal NeoFeed.
Nesse sentido, Leme também destaca a redução de custo logístico, que para pequenas e médias empresas pode chegar a 30%.
Em conclusão, as empresas adquiridas Asap Log, e BanQi auxiliam nas áreas de last mille e contas e crediários digitais, respectivamente, por oferecer soluções complementares.
Como é a integração logística dos concorrentes?
Em primeiro lugar, o Mercado Livre (MELI34) apresenta uma base de 12 milhões de sellers e um GMV de US$ 5,9 bilhões no terceiro trimestre de 2020. Dentre seus investimentos, a companhia inaugurou cinco centros logísticos, acrescentando 340 mil m² à sua malha, e aumentou sua participação na startup Kangu, com foco em last mille.
Enquanto isso, a B2W (BTOW3) possui uma base 87 mil sellers. O seu marketplace, por sua vez, representou 60,5% do GMV total de R$ 7,2 bilhões da empresa entre julho e setembro. Como medidas de reforço, a companhia inaugurou cinco centros de distribuição em 2020, chegando a 21 unidades e uma área total de mais de 800 mil m².
A Magazine Luiza (MGLU3), por sua vez, conta com 40 mil sellers em sua base. Além disso, ela foi responsável por movimentar cerca de R$ 2,1 bilhões apenas no terceiro trimestre. Vale dizer que a Magalu investiu nessa área com duas aquisições: a GFL, especializada em last mille, e a SincLog, de gestão de cargas, fretes e motoristas.
Portanto, em comparação com a Via Varejo (VVAR3), ainda há um caminho a percorrer, mas isso não afeta a confiança da varejista.
“Mas essa batalha é sistêmica. E, em 2020, a empresa cresceu muito no e-commerce, que era uma de suas deficiências, e tem um varejo físico muito forte. A única desvantagem da Via Varejo é ter largado com atraso.”
Sergio Leme para o portal NeoFeed.
Por fim, a Via Varejo (VVAR3) planeja colocar entre 5 mil e 10 mil sellers dentro da Envvias e uma estrutura de entregas feitas com prazo no mesmo dia ou em até 24 horas.
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