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É inegável que o setor de transporte é um dos principais motores da economia no Brasil. Nos primeiros 5 meses de 2022, o consumo de combustíveis cresceu 2,9% em relação a 2021, e parte desse consumo de energia vem do petróleo.
Muito se sabe sobre os grandes impactos ambientais que a produção de petróleo causa, podendo ocorrer acidentes e vazamentos. Então, a poluição do oceano, desmatamento e a morte de animais marinhos e terrestres se faz presente.
Diante desses males, a busca por biocombustíveis também é crescente. Apesar de não ter sido o setor mais inovador em produto e/ou processo de negócios (sendo apenas 54,6%), há a busca por soluções que reduzam danos.
Sendo assim, os biocombustíveis são opções para auxiliar na redução da emissão de CO2. Eles são fontes renováveis de energia que dão resultados positivos e estão divididos em 4 gerações.
Índice de conteúdo
HVO – O Diesel Verde
O Óleo Vegetal Hidrotratado, também chamado de HVO (do inglês, Hydrotreated Vegetable Oil) ou diesel verde, é um biocombustível feito de óleos vegetais. Ele tem composição parecida com a dos combustíveis feitos de petróleo, mas por ser renovável, é considerado um biocombustível de 2ª geração.
Um biocombustível dessa geração utiliza qualquer forma de matéria orgânica, incluindo resíduos industriais e agrícolas. Assim, pode reduzir 90% das emissões de gases do efeito estufa.
Processo de produção
A partir da matéria prima, que é um óleo vegetal ou gordura animal, ocorre uma reação com hidrogênio com a pressão e temperatura controlada. Então, surge um combustível muito parecido com o combustível fóssil, só que mais limpo.
O diferencial do HVO é que ele pode ser produzido a partir de várias matérias primas, incluindo restos de óleo de cozinha e até lodo de esgoto. Assim, não afeta a produção de alimentos, pois o nosso país possui uma grande extensão de plantio, bem como um solo muito favorável para diversas culturas.
Mas é essencial que a produção dos biocombustíveis, em geral, seja feita de forma ecológica e sustentável, para que não afete o meio ambiente e continue como uma solução limpa.
Uma crítica que existe sobre a produção do HVO é que para sua produção, é necessário utilizar um elemento fóssil – no caso, o Hidrogênio. Entretanto, cabe a reflexão de que as mudanças de hábitos e costumes ocorrem na medida do possível e praticável.
Logo, é difícil existir uma solução perfeita, mas de pouco em pouco, a evolução ocorre.
Posição da Petrobras
Um dos investimentos no diesel verde feito pela Petrobras foi a compra de 1,5 milhão de litros de óleo de soja, utilizados para testes comerciais. A intenção era ver a adesão do público a esse combustível.
Comercializado como Diesel R5, ele sai da refinaria com 95% de diesel derivado do petróleo e 5% de diesel verde. Depois, é necessário adicionar 10% de biodiesel éster.
O primeiro lote fabricado teve sucesso nas vendas, sendo um importante passo para o investimento em soluções ecológicas.
Meio ambiente em foco
Nosso país se mostra cada vez mais dependente do óleo diesel. O transporte rodoviário é muito forte, existindo uma frota de 3,5 milhões de caminhões em circulação. Em 2021, o Brasil bateu recorde de venda de combustível, vendendo 62,1 bilhões de litros.
Questões sobre sustentabilidade são debatidas não só aqui, mas no mundo inteiro. A criação do Acordo de Paris reforça a necessidade de medidas emergenciais, que aos poucos vão surgindo para conscientizar.
A popularização do HVO é de suma importância para a redução da emissão de gases do efeito estufa, algo que pode ajudar na meta de manter as temperaturas abaixo da média global.
Isso porque o diesel verde pode chegar perto de zerar a emissão de Gás Carbônico, além de baixar de 50% a 90% a emissão de outros gases.
Dessa forma, reforçamos a importância de ter um investimento forte não só no diesel verde, mas na maior quantidade possível de recursos ecológicos e renováveis, a fim de evitar a degradação ambiental e o esgotamento dos combustíveis fósseis.
Outras vantagens do Diesel Verde
Além da matéria prima renovável e da relação ambiental, a qualidade é superior ao biodiesel a base de éster. O processo químico do HVO é igual o dos outros tipos de diesel, mas diferente desses, não possui contaminantes.
Também, é mais estável, então diminui os problemas relacionados a armazenamento e também possíveis problemas nos motores, como entupimento de filtro. Assim, preserva mais o veículo, mantendo a qualidade do motor e aumentando a vida útil.
Ainda, segundo resolução do Diário Oficial da União, a regulamentação do diesel verde ajuda também na produção e comercialização do bioquerosene de aviação.
Dificuldades do Diesel Verde
Citado antes, existe o dilema sobre o uso de elementos fósseis para a produção química do HVO, como o hidrogênio, derivado do gás natural. Sendo assim, não é possível considerá-lo 100% verde.
Outra problemática é que o consumo deste combustível pode ser 0,8% a 3,5% maior em volume, se comparado com os fósseis.
Conclusão
Por fim, o maior empecilho para a popularização do diesel verde pode ser os custos de produção e venda, bem como a recepção do consumidor final. E, por enquanto, tais fatores só serão respondidos com tempo e investimento.
Portanto, o diesel verde é um combustível ideal, renovável e mais limpo, mas está ligado ao transporte público e rodoviário. Por isso, necessita passar pelas burocracias do Estado. Os testes feitos foram positivos, mas a Petrobras aguarda uma nova regulamentação do governo.
Logo, são necessários investimentos fortes e constantes, motivando a produção para, enfim, caminharmos para a mudança.
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