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Durante sua participação na Conferência COP15 sobre Biodiversidade, em Montreal, no Canadá, no início de dezembro, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que é preciso adotar quadros regulatórios e medidas de transparência que acabem com o chamado “greenwashing”, classificado por ele como um “faz de conta” para os clientes de que a empresa é ambientalmente correta. A declaração está em linha com uma série de iniciativas que entrarão em prática a partir de 2023. Trata-se de iniciativas que exigirão maior cuidado das organizações tanto em suas ações individuais como no relacionamento com seus públicos de interesse.
Na França, por exemplo, o ano que vem marcará o início da vigência da Lei do Clima e da Resiliência. Já em 2024, todo o continente europeu deverá obedecer à Diretiva de Práticas Comerciais Desleais proposta pela União Europeia. Juntas, essas duas regulamentações definem critérios mais claros sobre os processos que as empresas terão que adotar para fazer qualquer reivindicação ambiental sem risco de serem acusadas da prática de greenwashing.
O CEO da plataforma brasileira SaaS para compliance Kronoos, Alexandre Pegoraro, ressalta que, na prática, os novos regulamentos anti-greenwashing, que devem atingir ao Brasil em breve, têm em comum o aumento das exigências para que as empresas coletem seus próprios dados para respaldar quaisquer reivindicações ambientais e que os dados sejam claros, objetivos e verificáveis. Segundo ele, além de dados referentes aos processos produtivos, esta captação se refere também aos relacionamentos entre as organizações e seus públicos-alvo.
“É fundamental que as empresas se certifiquem das práticas ambientais de seus parceiros, fornecedores e funcionários”, afirma.
O executivo comenta que essa preocupação já tem crescido nas empresas brasileiras.
“Em 2022, registramos um aumento de 220% no uso do módulo ESG da nossa plataforma, que oferece os serviços Know Your Customer (KYC), Know Your Employee (KYE), Know Your Partners (KYP) e Know Your Supplier (KYS). Este mapeamento feito com tecnologias de ponta para mineração de dados e crawling, permite que as empresas tenham em questão de segundas informações financeiras, jurídicas e outras para gerar transparência e conforto nas relações com seus targets”, afirma.
O aumento dos esforços por parte das empresas para uma atuação ESG mais verdadeira foi reforçado por Guterres. Segundo ele, os governos precisam desenvolver planos de ação ousados para proteger os recursos naturais colocando o planeta na direção da recuperação. Para isso ele quer a participação de investidores e do setor de negócios colocando a proteção da biodiversidade em seus planos e projetos.
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