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- O Banco do Brasil registrou um aumento significativo de 29,2% nas provisões para perdas com empréstimos no 3T24
- O banco revisou suas previsões de provisões para créditos duvidosos, agora estimando entre R$ 34 bilhões e R$ 37 bilhões para o ano
- Apesar de um lucro ajustado de R$ 9,5 bilhões, o Banco do Brasil enfrentou uma leve queda no ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) e viu um impacto positivo devido à redução da taxa de imposto efetiva
O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) com números pouco animadores para o mercado. Embora o lucro ajustado tenha ficado em linha com as projeções, em torno de R$ 9,5 bilhões, os analistas destacaram uma piora significativa na qualidade do lucro, com aumento expressivo nas provisões para perdas com crédito e um impacto negativo no segmento de agronegócios.
Apesar de ter apresentado um lucro ajustado em linha com as expectativas de mercado, o Banco do Brasil enfrentou um cenário desafiador. O lucro ajustado ficou em torno de R$ 9,5 bilhões, mas o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) apresentou uma leve queda, passando de 21,3% no 3T23 para 21,1% no 3T24. Embora ainda seja um número forte, essa redução reflete uma deterioração da qualidade dos ativos e um aumento significativo nas provisões, que impactaram diretamente os resultados.
Aumento nas provisões: Projeções de crédito de liquidação
A principal preocupação dos analistas foi o aumento nas provisões para perdas com créditos. O Banco do Brasil viu suas provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) crescerem 29,2% em relação ao trimestre anterior e 34,2% na comparação com o mesmo período de 2023. O valor somou R$ 10 bilhões no terceiro trimestre, acumulando R$ 26,4 bilhões nos primeiros nove meses de 2024. Esse aumento está principalmente relacionado ao segmento de agronegócios, que continua enfrentando dificuldades devido ao cenário econômico.
Além disso, o BB revisou suas projeções de provisões para 2024. A nova estimativa é de que as provisões totais fiquem entre R$ 34 bilhões e R$ 37 bilhões para o ano, um aumento em relação à previsão anterior de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões. A revisão das estimativas para o total de provisões reflete o impacto das perdas no portfólio de crédito, particularmente no setor agrícola.
Desafios no setor agro: Impacto no lucro
O setor de agronegócios foi uma das principais fontes de preocupação para o Banco do Brasil. Os analistas da XP afirmaram que, embora o desempenho fraco no setor agrícola fosse amplamente antecipado, ele acabou pressionando ainda mais as provisões do banco. O Bradesco BBI também apontou uma deterioração significativa nos ativos ligados ao agronegócio, o que gerou uma pressão sobre as despesas com provisões.
Embora o lucro líquido tenha ficado dentro das expectativas, o impacto do aumento das provisões e da piora na qualidade dos ativos foi evidente. O banco enfrentou um crescimento no portfólio renegociado, o que indicou dificuldades na recuperação de créditos. Além disso, o índice de cobertura, que representa a proporção das provisões em relação aos créditos inadimplentes, apresentou uma leve queda.
Perspectivas
Os analistas do Itaú BBA destacaram que, embora as receitas do Banco do Brasil tenham ficado em linha com as estimativas, com um aumento de 2% no trimestre, o impacto das provisões mais altas no setor agroresultaram em uma perda de 16% no lucro antes dos impostos. A menor taxa de imposto de renda ajudou a amortecer esse impacto, mas o lucro ainda registrou uma queda de 2%. O índice de inadimplência do banco aumentou 30 pontos base, o que levou a uma revisão da orientação para as provisões, indicando um ritmo semelhante de provisões no quarto trimestre de 2024.
Apesar das dificuldades, o BB mantém o crescimento de seu portfólio próximo à faixa superior da projeção anual de 8% a 12%, o que é um ponto positivo. No entanto, a revisão nas estimativas de provisões para o ano e os desafios no setor agrícola indicam que o banco precisará se adaptar a um cenário mais desafiador nos próximos meses.
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