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BCE descarta impacto de tarifas de Trump nas perspectivas de inflação da Europa

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  • O membro do BCE afirmou que as possíveis tarifas do novo governo dos EUA não alteram as perspectivas de inflação na Europa
  • O presidente do Banco Central francês destacou que o BCE manterá sua abordagem de cortes de juros com “pragmatismo ágil”
  • Villeroy observou que, apesar das tarifas, não há expectativas de alteração significativa nas previsões inflacionárias da zona do euro

O membro do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau, declarou nesta quinta-feira (21) que as tarifas comerciais propostas pelo novo governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não afetarão as perspectivas de inflação na Europa. De acordo com Villeroy, as políticas de tarifas mais altas, como as que Trump tem sugerido para as importações chinesas e de outros países, não irão alterar substancialmente a trajetória da inflação no continente europeu.

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Em seu discurso, proferido em Tóquio, Villeroy abordou os possíveis aumentos de tarifas que poderiam ser implementados pelos Estados Unidos, com destaque para as propostas de Trump de 60% sobre produtos chineses e de 10% a 20% sobre os produtos provenientes de outros países. Segundo analistas econômicos, essas medidas poderiam gerar uma interrupção nos fluxos comerciais internacionais e aumentar os custos dos produtos, afetando a economia global.

Análise focada no crescimento

Villeroy, que também ocupa o cargo de presidente do banco central francês, destacou que a análise do BCE continua a ser focada no crescimento e na inflação, e observou que o cenário atual aponta para um “equilíbrio dos riscos” voltado para o lado negativo. Apesar das preocupações em relação ao impacto das tarifas americanas, ele afirmou que a Europa não deverá enfrentar mudanças significativas nas suas expectativas de inflação devido a essas ações comerciais.

Em relação às políticas monetárias do BCE, Villeroy reafirmou a necessidade de continuar com a redução do aperto monetário na zona do euro. O banco central europeu tem adotado uma política de cortes nas taxas de juros com o intuito de estimular a economia da região, especialmente após os impactos econômicos da crise financeira global e das incertezas políticas que marcaram os últimos anos. Villeroy sugeriu que a condução das próximas reuniões do BCE deve ser feita com “pragmatismo ágil”, ou seja, com a flexibilidade de adaptar as decisões à evolução da economia.

Apesar de um cenário global instável e com as tensões comerciais crescentes entre os Estados Unidos e seus principais parceiros econômicos, como a China, o BCE não parece prever grandes impactos nas suas políticas monetárias. Villeroy afirmou que o BCE mantém suas opções em aberto, o que sugere que o banco central está preparado para ajustar sua estratégia conforme necessário para enfrentar eventuais flutuações econômicas e políticas.

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Estímulo econômico

A postura cautelosa do BCE reflete a necessidade de equilibrar o estímulo econômico com a vigilância sobre os riscos de inflação. Embora a inflação tenha mostrado sinais de recuperação na zona do euro, o BCE tem se mostrado relutante em reverter rapidamente as políticas de juros baixos e estímulos monetários. O cenário internacional, com desafios impostos por políticas comerciais mais protecionistas e incertezas políticas, continua a exigir cautela nas decisões de política monetária.

Villeroy também enfatizou que o BCE deve monitorar as evoluções do mercado global, mas ao mesmo tempo manter um foco estratégico na recuperação econômica da zona do euro, que ainda está se ajustando às consequências de crises passadas e desafios futuros.

Em resumo, o membro do BCE François Villeroy de Galhau posicionou-se contra a ideia de que as possíveis tarifas dos Estados Unidos afetarão a inflação europeia. O Banco Central Europeu seguirá com sua abordagem cuidadosa e pragmática para garantir que a economia da zona do euro continue sua recuperação sem uma aceleração indevida da inflação.

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