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- O deputado Guilherme Boulos (PSOL) busca conquistar o eleitorado de Pablo Marçal (PRTB), prometendo propostas que dialoguem com essa base e adotando um tom mais enérgico
- A pesquisa do Datafolha mostra Boulos com 33% das intenções de voto, enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera com 51%, apesar de uma queda recente
- Boulos intensificou suas críticas a Nunes, acusando-o de relações com o crime organizado e de uso de “caixa dois”, posicionando-se como o “candidato da mudança”
O deputado Guilherme Boulos (PSOL), candidato à prefeitura de São Paulo, está traçando uma estratégia multifacetada para conquistar o eleitorado de Pablo Marçal (PRTB). Contudo, que obteve 1,7 milhão de votos e ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Nos primeiros dias da campanha do segundo turno, Boulos se comprometeu a integrar propostas que ressoem com as preocupações desse grupo. Além de adotar um tom mais assertivo que reflita seu discurso de “mudança”. Essa abordagem busca atrair os eleitores que, segundo a análise, votaram em Marçal como forma de protesto contra o sistema político tradicional.
Entretanto, a recente pesquisa do Datafolha, divulgada em 17 de outubro, revela que essa estratégia ainda não surtiu efeito significativo. Boulos permanece com 33% das intenções de voto, enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, lidera com 51%. Embora tenha registrado uma queda de 4 pontos em relação à pesquisa anterior. O quadro se complica ainda mais com a revelação de que 14% dos eleitores afirmam que votariam em branco ou anulariam seu voto. Contudo, um aumento de 4 pontos em comparação à última pesquisa.
Candidato da mudança
Nunes, por sua vez, optou por não participar do debate promovido pela Folha/UOL/RedeTV!, uma decisão que pode impactar sua imagem junto aos eleitores. A pesquisa, realizada com 1.204 eleitores entre 15 e 17 de outubro, tem uma margem de erro de três pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. Os dados coletados indicam que a maioria dos entrevistados (85%) já está decidida em relação ao seu voto, o que torna a tarefa de Boulos ainda mais desafiadora.
Em sua campanha, Boulos se posiciona como o “candidato da mudança”, criticando Nunes como representante do “mais do mesmo”. De acordo com análises, os votos de Marçal podem ter sido motivados mais por descontentamento com a política tradicional do que por ideologias. Assim, Boulos busca seduzir esse eleitorado insatisfeito, que atualmente tende a apoiar Nunes.
“O que está em jogo nesse segundo turno é o seguinte: só há dois caminhos. Quem quer que a cidade permaneça como está? Quem quer o mesmo grupo político no poder? Está com o meu adversário. Quem quer mudança? Se você sabe que precisamos de mudança, está com a gente”, afirmou Boulos.
Intensidade das críticas
A intensidade das críticas de Boulos a Nunes tem aumentado, tanto em eventos de campanha quanto em entrevistas. Após o primeiro turno, Boulos acusou Nunes de ter relações com o crime organizado e de permitir que esses elementos influenciassem a administração da cidade. Durante um evento recente, chamado “Plenária Arrancada da Vitória”, Boulos se referiu ao prefeito como um “pau-mandado do centrão”, alfinetando sua aliança com partidos que compõem a coligação governista.
Além disso, em uma sabatina para o jornal O Globo, Boulos denunciou o uso de “caixa dois” por Nunes, uma prática ilegal que visa financiar campanhas de maneira clandestina. Quando questionado sobre a suposta agressividade em seu discurso, Boulos se defendeu, afirmando que a firmeza de suas declarações é interpretada por alguns como estridência.
À medida que a campanha avança, Boulos continua a ajustar sua abordagem, buscando não apenas atrair os descontentes, mas também estabelecer uma conexão clara com aqueles que desejam mudanças profundas na gestão da cidade. O resultado dessa estratégia será crucial para determinar os desdobramentos da corrida eleitoral em São Paulo.
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